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Fundos hedge utilizam tática para aumentar poder de voto

Recente reportagem da agência Reuters colocou em destaque uma prática cada vez mais utilizada pelos fundos hedge a fim de aumentar seu poder de voto e, consequentemente, seu poder de barganha nas assembléias dos acionistas: o voto “vazio” (empty voting). Trata-se de casos em que o fundo toma ações emprestadas um pouco antes da data de registro para a assembléia, passando a deter os direitos de voto das ações em questão. Na seqüência, o fundo devolve as ações que havia tomado emprestado, passando a deter um grande poder de voto sem qualquer interesse econômico contínuo na empresa.

Os críticos afirmam que esta operação criativa desvirtua o princípio uma ação – um voto e manipula os resultados das votações, criando problemas de governança corporativa. Ainda de acordo com a agência, essas iniciativas são viabilizadas pela realização de operações troca de ações (swaps de ações) em mercado de balcão pelos fundos, eliminando a necessidade de divulgação e transparência destas operações.

Dois estudos recentes dos pesquisadores Heny Hu e Bernard Black, da Universidade do Texas, apresentam uma série de exemplos de como as operações de voto vazio vêm dissociando interesse econômico e poder de voto nas empresas sem qualquer disclosure para o mercado. Um caso bastante ilustrativo ocorreu recentemente nos EUA: o fundo hedge Perry Corp. detinha sete milhões de ações da farmacêutica King quando a Mylan Laboratories fez uma oferta para adquirir a empresa. Após o anúncio da oferta, as ações da King (adquirida) subiram, enquanto as da Mylan caíram. Visando promover a aprovação dos acionistas da Mylan à aquisição, o fundo tomou emprestados 9,9% das ações desta última e adquiriu o chamado “voto vazio”, ou seja, sem um interesse econômico contínuo. Na verdade, este interesse poderia ser, inclusive, oposto ao da Mylan e de seu conjunto de acionistas uma vez que, quanto maior o preço da aquisição, mais o Perry Corp. ganharia com seu investimento na King.

De acordo com os autores do estudo, a extensão do problema é desconhecida, uma vez que a regulamentação atual da SEC não exige a divulgação de operações de troca de ações em mercado de balcão. Assim, segundo Hu e Black, o sistema de disclosure precisa ser corrigido para levar em conta as novas estratégias dos fundos hedge.


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