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Em clima amistoso com empresários, Campos Neto vê inflação benigna no curto prazo e evita falar de juros
Apesar de gerar ruídos no mercado, presidente do BC fez questão de ressaltar que o Copom dividido na última reunião foi puramente técnico
Crédito: Evandro Macedo/LIDE
Crédito: Evandro Macedo/LIDE

O cenário de inflação medido pelo boletim Focus tem aumentado semana após semana, o que quer dizer que o trabalho do Banco Central (BC) deve começar a ficar mais difícil, gerando dúvidas sobre o fim do ciclo do corte da taxa de juros no Brasil.

Para o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, o país tem uma inflação convergindo para a meta, com a curva se comportando “de forma mais benigna no curto prazo”, embora haja uma preocupação e observância da inflação de serviços.

Na visão do presidente da autoridade monetária, que participou do Almoço Empresarial LIDE, realizado nesta segunda-feira (27), juntamente com empresários, Campos Neto disse que a especulação sobre a mudança de meta de inflação tem gerado uma “inquietude”. “A parte do colegiado que defendeu a diminuição de 0,50% para 0,25% discute bastante a importância de se responder a uma mudança distensa, ou seja, uma mudança na política, uma vez que nós tínhamos aceitado ou reconhecido de forma unânime que a inflação estava desancorada”, afirmou.

Segundo Campos Neto, fatores como ruídos fiscais, mudança no comando do BC, cenário externo e o Rio Grande do Sul têm influenciado no debate. “Eu acho que, de uma forma geral, dá para ficar otimista quando olhamos as razões. Porque o que depende do Banco Central, acho que o tempo vai fazer com que as pessoas entendam que a decisão é técnica, que o colegiado vai se reunir, sempre vai discutir com base técnica, e, às vezes, vai ter unanimidade, às vezes, não. Esse ruído tende a diminuir com o tempo. Sobre o ruído fiscal eu também tenho visto boas notícias, de que o governo passou a ficar mais interessado, e parece um debate mais vivo de novas medidas.”

Campos Neto fez questão de ressaltar a importância das expectativas, uma vez que, no sistema de metas, tudo o que é feito nos juros de hoje, leva entre 12 e 18 meses para fazer efeito na economia real. “É como se você estivesse pilotando um carro tendo que olhar para frente. E o que o termômetro da frente que nos diz se a gente está indo para a direção certa ou errada? São as expectativas de inflação.” 

Em relação aos votos da última reunião de política monetária, que gerou dúvidas sobre a divisão do BC, o presidente do BC afirmou que a decisão foi técnica. “O cerne da divisão estava entre uma relação entre custo e benefício de se manter ou não um guidance que tinha sido comunicado na reunião anterior. Todo guidance tem as suas condicionantes. Então, eu digo, olha, eu vou fazer isso a menos que aconteça A, B, C, D. Quando as condicionantes se modificam, a gente entende que existe espaço também para não cumprir o guidance. Mas houve uma divisão entre a diretoria, entre as pessoas que achavam que essas condicionantes eram suficientes para mudar o guidance ou não.”

Perspectivas sobre os juros

Embora tenha tido divergência em relação ao corte, com cinco diretores votando a favor de 0,25 ponto percentual (p.p) e quatro de 0,50 pp, o diagnóstico em relação à economia foi unânime, segundo uma fonte que esteve presente no evento, mas não quis se identificar.

“Há unanimidade na cautela sobre os cortes, expectativas desancoradas, incertezas no cenário externo. Será um Copom (daqui para frente) numérico mais difícil que o anterior. Só enxergo uma possibilidade de divergência: parar de cair ou cair 0,25 pp, porque aí seria uma interrupção da queda”, explicou a fonte.

Embora as expectativas para a inflação tenham subido, grandes nomes do mercado parecem não se preocupar com a alta dos juros no país por mais tempo, como é o caso de Luiz Carlos Trabuco, presidente do conselho de administração do Bradesco.

De acordo com o executivo, a política monetária está sendo bem gerida e o país está em “uma linha boa”. Trabuco explicou que é desejável sempre uma taxa de juros menor, para as políticas de crédito, mas que o BC tem consciência do trabalho que tem de ser feito.

“Acho que essa menção está sendo atendida. Acho que não está preocupando [a demora do corte], porque todas as decisões são tomadas em cima de projeções, de perspectivas, de uma análise da área internacional. Então, eu acho que esse calibre é normal. A economia também está em boas mãos. O ministro Haddad também tem consciência do que deve ser feito, persegue o equilíbrio fiscal com certas dificuldades, mas vai para frente”, comentou o executivo à Capital Aberto.


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