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Círculo virtuoso
Com bons resultados e mais liquidez em bolsa, CPFL busca investidores no varejo e trabalha para valorizar suas ações

, Círculo virtuoso, Capital AbertoA trajetória recente do setor elétrico no Brasil tem sido traumática. Além do apagão de 2001, a estrutura societária das empresas apresenta problemas. O governo bem que tentou privatizar o segmento ao longo da década de 90, mas a falta de uma regulamentação clara para investimentos tão pesados e de longo prazo quanto os de geração de eletricidade afastou os interessados. Muitas das empresas energéticas, especialmente as geradoras, permanecem sob o controle do Estado. Pior: mesmo algumas das companhias privatizadas não fizeram jus à eficácia do setor privado e tiveram um péssimo desempenho para seus credores e acionistas. Os casos incluíram desde um histórico de desistência de investidores — que revenderam o que haviam comprado — até a incapacidade de honrar dívidas, que forçou a busca de socorro no setor público.

Há poucas exceções nesse cenário de trevas. Uma delas é a CPFL Energia, grupo localizado no rico interior paulista que concentra atividades de geração, transmissão e distribuição de energia. Além de ser uma das poucas empresas com capacidade de geração de energia que passou à iniciativa privada, a CPFL tem conseguido superar satisfatoriamente as dificuldades do setor. Mais do que isso, tem conseguido melhorar sistemática e significativamente a sua atuação no mercado de capitais, o que lhe garantiu o terceiro lugar entre as Melhores Companhias para os Acionistas no grupo com valor de mercado acima de R$ 15 bilhões.

O item mais destacado na premiação foi a governança corporativa, em que a CPFL obteve a nota 8,4, o melhor resultado neste quesito entre as nove companhias premiadas. “Essa avaliação reflete nosso esforço de comunicação com os investidores, especialmente os individuais”, diz José Antonio de Filippo, diretor de Relações com Investidores e responsável pelas finanças da CPFL.

A empresa também se destacou por uma forte geração de valor. Segundo os cálculos da consultoria Stern Stewart, o Economic Value Added (EVA) da CPFL evoluiu 5,5%, o terceiro melhor percentual entre as nove companhias premiadas — superado apenas pelo crescimento de EVA da Porto Seguro (13,3%) e da Weg (8,7%). Com tantos números positivos, por que a CPFL não obteve uma pontuação ainda melhor? A explicação está no desempenho do item Total Shareholder Return, que mede a rentabilidade para o investidor somando a valorização das ações e o pagamento total de dividendos. Em 2006, esse indicador foi de 21,2%, abaixo da mediana da categoria, que ficou em 28,8%. Apesar de a CPFL ser uma boa geradora de caixa e, segundo Filippo, se esforçar para destinar ao menos 50% de seu resultado aos acionistas, as ações não refletiram esse desempenho no período avaliado.

O destaque da premiação foi a governança corporativa, em que a CPFL obteve a melhor nota entre as nove vencedoras

A vinda dos pequenos investidores é um fato relativamente recente na estrutura de capital da CPFL. Na época de sua privatização, em novembro de 1997, ela foi vendida pelo governo paulista, por cerca de US$ 3 bilhões, para o consórcio VBC — formado pelos grupos Votorantim, Bradesco e Camargo Corrêa — e para um grupo de fundos de pensão. O Bradesco deixou a sociedade algum tempo depois, e suas ações foram colocadas no mercado. Com isso, 27,1% do capital deixou de pertencer ao grupo controlador e passou a circular no mercado.

A parcela de ações da CPFL em circulação está concentrada em investidores institucionais, que contabilizam 85% do “free float”. A maioria deles é formada por estrangeiros. Os restantes 15% das ações estão nas mãos de 58.000 acionistas individuais. “Eram 19.700 há dez anos”, diz Filippo. É com essa pequena multidão que a CPFL vem procurando se comunicar mais e melhor. Além do acesso às informações em sua página na internet, a companhia elétrica vem dando ênfase às reuniões com os profissionais do mercado acionário. “Nós realizamos encontros com analistas fora do eixo Rio-São Paulo, em cidades como Porto Alegre e Brasília”, afirma Filippo. A empresa também participa de eventos para investidores individuais, como a Expo Money, realizada em São Paulo no final de setembro. “As pessoas físicas exigem mais transparência, mais informações e maior acesso”, diz.

A mudança elevou a liquidez dos papéis e trouxe benefícios financeiros à companhia. Em 2006, o volume de negócios diário era de R$ 17 milhões em média. Esse valor havia quase dobrado para R$ 32 milhões no fim do segundo trimestre de 2007. Filippo diz que o crescimento do número de negócios fez as ações da CPFL entrarem nos principais índices da Bolsa, o Ibovespa e o IBX. A participação nos índices obrigou os gestores de fundos de ações a comprar papéis para ajustar suas carteiras, o que aumentou ainda mais a demanda, o volume de negócios e as cotações. “O crescimento da liquidez cria um círculo virtuoso”, diz Filippo.


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