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IPO de gente grande
Estratégica na AL, sem competidor e à frente de um mercado promissor, Bovespa atinge R$ 16,2 bi

A Bovespa Holding, primeira bolsa da América Latina a abrir o capital, chegou ao mercado no último 26 de outubro, com valor de R$ 16,2 bilhões. A cifra, de encher os olhos, credenciou-a para fazer parte de um seleto grupo de companhias que valem mais de R$ 15 bilhões no pregão brasileiro. Para se ter uma idéia, além de gigantes como Petrobras, Vale do Rio Doce e bancos como Itaú e Bradesco, fazem parte dessa lista Embraer, TIM e CPFL Energia. Cada ação da Bovespa começou valendo R$ 23 e, ao final do primeiro dia, já custava 50% mais. Mas, afinal, por que a Bovespa está com essa bola toda?

Em primeiro lugar, porque suas condições de mercado são inigualáveis quando comparadas a qualquer companhia do setor produtivo. Ela não tem máquinas nem unidades industriais, mas é dona, junto com suas subsidiárias, de um monopólio. Participa de todas as etapas do negócio — da listagem das ações à negociação, custódia e compensação — e não avista a possibilidade de ter de encarar uma concorrente tão cedo.

A bolsa brasileira também tem uma importância estratégica na região por concentrar cerca de 70% da liquidez de toda a América Latina. Luiz Liuzzi, analista da Gas Investimentos, lembra que IPOs como o do Banco da Patagônia, que emitiu BDRs no Brasil, são indicativos do papel consolidador que a Bolsa exerce. “A Bovespa é ativo certo na carteira de qualquer investidor estrangeiro com interesse em montar posições na América Latina”, diz.

Outro fator muito citado por especialistas é o potencial de geração de receita da Bolsa. A fonte principal de recursos são os emolumentos, diretamente afetados pelo volume negociado. “O cenário macroeconômico ajuda. A tendência é o investidor se expor cada vez mais em renda variável”, completa Eduardo Roche, da Modal Asset. William Eid Júnior, coordenador do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV-SP), faz a mesma aposta. “O investment grade trará ainda mais recursos para o mercado de ações”, afirma.

De acordo com o prospecto, o volume médio diário negociado pela Bovespa aumentou de R$ 558 milhões, em 2002, para R$ 2,4 bilhões, em 2006, o que representa uma taxa anual de crescimento de 44,5%. No acumulado dos nove primeiros meses de 2006 perante igual período deste ano, a evolução foi ainda mais vigorosa. Saltou de R$ 2,3 bilhões por dia para R$ 4,3 bilhões. Nos seis primeiros meses de 2007, 84,1% das receitas operacionais da Bovespa vieram de emolumentos e taxas de compensação e liquidação de ativos.

A forte dependência da atividade do mercado de renda variável faz parte dos fatores de risco da Bovespa Holding. Por isso, a Bolsa enfatizou no documento seus planos de diversificação de receita. Um deles é desenvolver produtos e mercados, como o de derivativos: “(…) pretendemos estimular a negociação em nosso mercado futuro de ações e o lançamento de fundos de índice de ações (ETFs), além de outros derivativos e produtos estruturados”, diz o documento. Outro plano é prosseguir na busca de novos investidores e de empresas com potencial para abertura de capital, inclusive através do Bovespa Mais — segmento voltado a companhias de menor capitalização de mercado que ainda não decolou.

Como sociedade anônima, a Bovespa prevê um aumento nos custos da ordem de R$ 1,9 milhão ao ano. Mas as recompensas justificam. “A gestão como companhia aberta será mais eficiente”, afirma Eid Júnior, que também acredita na associação da Bovespa com outras bolsas, nos moldes do que já ocorreu com a Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F).


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