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Troca de favores com executivos coloca analistas do sell-side sob suspeita

Preservar a integridade e a independência dos analistas sell-side é tarefa que ganha cada vez mais contornos de missão impossível, especialmente quando se trata do tráfico de influência entre esses profissionais e os executivos das companhias avaliadas. Enquanto as atenções do mercado estiveram concentradas nos conflitos de interesse que residem dentro das instituições financeiras — e que foram remediados pela adoção de uma barreira ética entre os departamentos de research e de underwriting, a chamada “chinese wall” —, as trocas de favores pessoais e profissionais entre analistas e executivos passaram relativamente despercebidas, mas não por muito tempo. No início de agosto, dois professores norte-americanos apresentaram, no congresso anual da Academy of Management, uma pesquisa em que dois terços (67%) dos analistas entrevistados admitiam ter recebido presentes e favores de representantes das companhias que cobriam em seus relatórios. 

James Westphal, da University of Michigan, e Michael Clement, da University of Texas at Austin, ouviram 1.800 analistas e centenas de executivos ao longo de dois anos, com o objetivo de identificar influências interpessoais entre eles. Denominado “Sociopolitical Dynamics in Relations Between Top Managers and Security Analysts”, o estudo identificou que o assédio partia principalmente de executivos de companhias que haviam divulgado resultados ruins. Ao contrário dos casos em que há uso indevido de informação privilegiada (insider trading), os relatados nessa pesquisa não envolviam oportunidades de ganho rápido de dinheiro. Em troca de avaliações menos incisivas, os analistas foram contemplados com indicações para sócio em clubes exclusivos, contatos de altos executivos em grandes empresas, conselhos de carreira e até indicações de trabalho em outras instituições. 

Também foram identificados casos em que a objetividade do profissional do sell-side foi afetada por retaliações de determinadas companhias a outros analistas que as haviam rebaixado em suas avaliações. O efeito de tais presentes sobre o espírito crítico dos analistas não foi pequeno. Nas ocasiões em que as empresas apresentaram lucro abaixo do esperado, as chances de rebaixamento foram reduzidas à metade. Naquelas em que a companhia havia anunciado uma grande aquisição, com evidente impacto sobre a sua lucratividade — situação que, em condições normais, seria encarada de maneira bastante cética —, as possibilidades de rebaixamento caíram 65%.


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