Em 2006, as ofertas privadas de ações realizadas por meio da regra 144A captaram um total de US$ 162 bilhões, superando os US$ 154 bilhões levantados pelas ofertas públicas realizadas nas três maiores bolsas norte-americanas: a New York Stock Exchange, a Nasdaq e a Adereçam Stock Exchange. Dirigidas a investidores qualificados (institucionais com recursos acima de US$ 100 milhões), essas operações dispensam as companhias emissoras das obrigações impostas pela Lei Sarbanes-Oxley (SOX) — um dos principais fatores que explicam o seu crescimento.

De olho nesse novo nicho de mercado, a Nasdaq foi a primeira a anunciar uma plataforma específica para negociar papéis ofertados pelo meio da regra 144A, cujo lançamento está previsto para o terceiro trimestre do ano.

Mas o banco Goldman Sachs saiu na frente e, sem grande alarde, inaugurou em maio deste ano, com uma oferta de US$ 880 milhões realizada pelo fundo de private equity Oaktree, o GS Tradable Unregistered Equity OTC Market (GSTrUE). A segunda listagem prevista é de um outro fundo, o Apollo, e deve ocorrer ainda no segundo semestre de 2007.

Não demorou muito para que os bancos de investimento — de olho nas oportunidades oferecidas pelas plataformas de negociação desde o ano passado — partissem para a criação de sistemas concorrentes. O JP Morgan está no estágio final de desenvolvimento da 144APlus.

A plataforma ainda não tem data de lançamento anunciada, mas já conta com o interesse do Apollo, que declarou a intenção de utilizála para negociar as suas ações. Em meados de julho deste ano, pessoas envolvidas no projeto conduzido em conjunto pelos bancos Merrill Lynch, Citibank, Lehman Brothers e Morgan Stanley disseram ao jornal britânico Financial Times que uma outra plataforma estará em operação muito em breve: a partir de setembro.