As ações listadas no Nível 2 de governança corporativa apresentaram giro superior ao dos papéis do Novo Mercado durante o ano passado. O “turnover velocity” (volume financeiro/valor de mercado das ações em circulação — free float) foi de 135,59% para o primeiro e 96,63% para o segmento máximo de governança, respectivamente.

Os números, extraídos a partir de um estudo realizado pela Bovespa, apontam diferenças expressivas entre ações dos dois níveis semelhantes. Um exemplo é a comparação entre os papéis da Net (Nível 2) e da Lojas Renner (Novo Mercado). Embora tenham um capital em circulação no mercado semelhante (R$ 3,7 bilhões), a primeira apresentou um giro de 236,3%, contra 82,65% da Renner.

O mesmo ocorre com Celesc e Totvs, ambas com free float na casa dos R$ 700 milhões e giros bem distintos: a primeira, 255%, e Totvs, 136%. Celesc PNB, inclusive, teve o maior giro do Nível 2 e superou todos os papéis do Novo Mercado (a maioria com free float superior ao seu) — com exceção de Light ON, que teve o mais elevado giro entre as ações analisadas.

Na opinião da Bovespa, a maior liquidez do Nível 2 não deve ser interpretada como um resquício da concentração de negócios nas ações preferenciais, tradicional quando os emissores dispõem de papéis ON e PN. “Teoricamente, o ‘turnover’ deveria ser parecido nos dois níveis, mas aspectos pontuais, como o desempenho setorial, propiciaram as diferenças”, comenta Ricardo Pinto Nogueira, superintendente de operações da bolsa.

A concentração de liquidez no mercado local(ou fora dele) também influencia o resultado. Embraer ON, por exemplo, registrou o menor giro do NovoMercado, uma vez que tem cerca de 75% das negociações com suas ações no exterior. Já Net PN, um dos destaques do Nível 2, reflete na liquidez a forte recuperação de preço observada no período, de 51%.