O resultado do primeiro turno das eleições deixou muitos brasileiros preocupados com a possibilidade de Jair Bolsonaro — que, além de elogiar torturador, não demonstra respeito por mulheres ou homossexuais — se tornar presidente do Brasil. O mercado, contudo, pareceu não se importar muito com as ideias radicais do capitão, apostando em sua promessa de reformas liberalizantes. No dia seguinte ao resultado, a bolsa subiu e o dólar caiu.
O filósofo Francis Fukuyama, conhecido liberal, usou seu Twitter pessoal para se declarar preocupado com o fato de “brasileiros educados” e investidores estarem apoiando o candidato, e perguntou: “a democracia brasileira pode ser salva?”. O tuíte obteve inicialmente 78 respostas, muitas dizendo que o intelectual estava desinformado e que não sabia do que estava falando. Mas foi o seguinte tuíte que viralizou: “muitos brasileiros pensam que sou comunista porque demonstrei preocupação com a presidência de Bolsonaro. E vocês acham que os americanos são polarizados…” A postagem foi retuitada pelo menos 6 mil vezes e gerou centenas de respostas.
Depois do episódio, Fukuyama passou a integrar uma lista informal que corre a internet, que inclui personalidades e veículos de comunicação taxados de comunistas por se manifestarem contra Bolsonaro. Fazem parte desse rol a revista britânica The Economist, o roqueiro Roger Waters, a cantora Madonna e até o Papa e a representante da extrema-direita francesa Marine Le Pen.
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