O conceito “uma ação, um voto” é considerado um dos principais pilares das boas práticas de governança corporativa em todo o mundo. Atualmente, vem sendo observada a tendência de empresas com duas classes de ações – e direitos de voto diferenciados – unificarem essas classes de forma a serem mais bem avaliadas pelos investidores.
Recente estudo realizado pela professora Anete Pajuste da Universidade de Estocolmo analisou os motivos que fazem com que as empresas européias unifiquem suas classes de ações e as conseqüências após a reestruturação. A pesquisa foi realizada com 493 companhias abertas européias de sete países (Alemanha, Itália, Suécia, Suíça, Dinamarca, Finlândia e Noruega), nos quais a emissão de duas classes de ações é muito utilizada.
A pesquisa mostra que os motivos que levaram companhias a emitir duas classes de ações no passado – basicamente a necessidade de captar recursos e de evitar uma aquisição hostil – são os mesmos que motivam as empresas atualmente a unificarem suas classes de ações. Três variáveis aumentam a probabilidade de as empresas unificarem suas classes de ações: dependência de novo aporte de capital próprio, necessidade sistemática de aquisição de outras companhias e existência de um acionista controlador com poucos benefícios privados de controle (menor disparidade entre direito de controle e direito sobre o fluxo de caixa).
Em relação às conseqüências da reestruturação acionária, o estudo mostra que o valor das empresas aumenta após a unificação, corroborando a idéia de que esta operação é bem vista pelos investidores. Como conclusão geral, a autora afirma que a utilização de duas classes de ações não deveria ser proibida pela lei, já que as empresas que dependem de capital próprio irão cedo ou tarde ser forçadas pelo mercado a unificarem suas classes de ações.
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