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Na onda ambiental
Empresa de serviços em sustentabilidade recebeu recursos de três fundos de private equity e partiu para aquisições. O plano é atingir o porte para um IPO em 2012

, Na onda ambiental, Capital AbertoCriada em 1999, a Haztec é resultado do empreendedorismo de três jovens engenheiros recém-saídos da faculdade. Na época, mesmo sem grande experiência, eles já vislumbraram um mercado que hoje não para de crescer e de ganhar adeptos: o da sustentabilidade. Atualmente, a companhia é uma das maiores fornecedoras de soluções integradas para o segmento do País. O faturamento, em 2008, bateu a casa dos R$ 250 milhões. Para este ano, a previsão é chegar aos R$ 400 milhões.

O grande motor desse mercado foi a Lei de Crimes Ambientais, criada em 1998. Ao aplicar multas altíssimas para empresas poluidoras, abriu espaço para o surgimento de diversas consultorias na área de serviços ambientais. A Haztec nasceu dessa onda. Nos seus primeiros anos de vida, oferecia apenas testes de vazamento, diagnóstico de contaminação e remediação em postos de gasolina. Mesmo atuando num mercado tão restrito, já crescia de 30% a 40% ao ano naquela época. Esse potencial não demorou a ser descoberto pelos fundos de private equity.

O primeiro a chegar foi o Grupo Synthesis, em dezembro de 2002. Criado para desenvolver operações de venture capital no mercado nacional, focadas nos segmentos de petróleo, gás e na área ambiental, adquiriu o controle da Haztec e elaborou seu primeiro plano de negócios. “Com isso, a companhia adquiriu contornos empresariais mais fortes e passou a transmitir uma imagem de maior solidez ao mercado”, avalia Marcos Ferreira, presidente da Haztec.

Esse foi o pontapé inicial para que a companhia começasse a fechar contratos maiores e também repensasse sua estratégia de negócios. “Chegamos à conclusão de que a prestação de serviços ambientais não poderia se focar apenas na correção e na investigação de áreas contaminadas em postos de gasolina. Por mais complexo que fosse o trabalho, ele sempre estaria limitado ao tamanho do posto, estagnando o ticket do projeto”, afirma Ferreira.

Foi nesse momento que a Haztec sentiu a necessidade de buscar outro investidor, que financiasse seu crescimento e a diversificação dos negócios. A meta era passar a atender outros mercados, como o de fornecimento de água, tratamento de efluentes líquidos, gestão e destinação final de resíduos sólidos e geração de energia a partir de fontes alternativas. Os recursos para essa expansão acabaram vindo do fundo InfraBrasil, do Grupo Santander Brasil, em 2007. Voltado para o desenvolvimento da infraestrutura do País, através do aporte de recursos em empresas de logística (rodovias, ferrovias, portos, aeroportos), saneamento (incluindo serviços ambientais) e energia, o fundo foi lançado em julho de 2006 e possuía recursos disponíveis de R$ 960 milhões. Hoje, tem dentre seus cotistas fundos de pensão como a Funcef, Petros, Previ, Banesprev e Valia, além do Banco do Brasil Investimento, Santander, e dois clientes de private banking.

Com recursos disponíveis de R$ 960 milhões, fundo InfraBrasil permitiu à Haztec diversificar
seu portfólio

“Quando analisamos o plano de negócios da Haztec, logo verificamos seu potencial de crescimento. Tanto do ponto de vista da legislação como da opinião pública, o segmento está ganhando cada vez mais relevância”, afirma Gustavo Peixoto, superintendente de private equity do Grupo Santander Brasil. Com o investimento, o InfraBrasil passou a deter 50% do controle da Haztec; e o Grupo Synthesis, os outros 50%.

O aporte de recursos, aliado a empréstimos bancários e à geração própria de caixa, permitiu à companhia ir às compras. Desde o início de 2008, foram adquiridas seis empresas: Geoplan e Hidrogesp, especializadas na gestão de água e efluentes; Aquamec, fornecedora de sistemas e fabricação de equipamentos para tratamento de água e efluentes; Novagerar, especializada na gestão de resíduos sólidos com geração de biogás; Gaiapan, fornecedora de soluções para tratamento e disposição final de resíduos industriais, sólidos e líquidos; e Tribel, uma das maiores empresas de destinação de resíduos do País, na prestação de serviços de incineração e análises ambientais.
Com as aquisições, a Haztec montou um portfólio completo de serviços e conseguiu aumentar significativamente sua base de clientes. “Quando o InfraBrasil entrou na companhia, em 2007, o faturamento era de R$ 60 milhões. Em 2008, saltou para cerca de R$ 250 milhões”, ressalta Geoffrey Cleaver, superintendente executivo de private equity do Grupo Santander Brasil.

Os cerca de R$ 300 milhões destinados para aquisições foram turbinados, em 2008, pelo Bradesco BBI, através de seu FIP Multi Setorial Plus, que adquiriu debêntures conversíveis em ações. A ideia de trazer um novo investidor partiu do próprio Santander. “Desde o início, sabíamos que os recursos do fundo, a geração de caixa e o endividamento bancário não seriam suficientes para concretizar todo o plano de aquisição”, afirma Geoffrey. “Mas tínhamos total confiança de que, dado início ao processo, conseguiríamos trazer um parceiro de peso”, completa.

Hoje, com as aquisições, a Haztec possui cerca de 1,7 mil clientes ativos e mais de 1,3 mil colaboradores. O objetivo é chegar a 2012 com um faturamento de R$ 1 bilhão, o que possibilitaria à Haztec realizar um IPO. “A companhia já possui uma estrutura que lhe permite atender às exigências do Novo Mercado. No entanto, a crise deixou os investidores mais seletivos e, hoje, a empresa precisa ser bem maior para abrir o capital”, analisa Ferreira, presidente da Haztec. “Se a companhia mantiver um crescimento orgânico de 30% ao ano daqui para a frente, chegamos a esse valor em 2012. Contudo, podemos também atingir esse patamar antes, caso entre um novo sócio, o que está sendo avaliado”, revela.
Os investidores, por enquanto, não têm pressa de sair da empresa. “Ainda é cedo. Nosso horizonte de investimento é algo entre quatro a seis anos. A Haztec, com certeza, ainda tem muito a crescer pela frente.”


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