É difícil de acreditar que o estado de Minas Gerais, terceiro maior parque industrial da federação, tenha uma participação tão pequena no mercado de capitais brasileiro. Mas é verdade. Suas companhias correspondem a pouco mais de 6% do valor total das empresas listadas, segundo dados da Bovespa. Com o intuito de reverter esse cenário, a Bolsa, a Fundação Dom Cabral e a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) resolveram se unir num projeto que pretende não só identificar empresas mineiras com potencial para abrir o capital, como também auxiliá-las no processo de um eventual IPO (oferta inicial de ações). Trata-se do programa “Minas Gerais e o Mercado de Capitais”, cuja estréia oficial ocorre neste mês, em evento que vai contar com a presença do economista Roberto Teixeira da Costa, primeiro presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

O projeto prevê a visita a cerca de 70 empresas, dos setores de indústria, comércio e serviço, com faturamento a partir de R$ 50 milhões. O objetivo é saber como anda a gestão do negócio, o grau de governança corporativa e o interesse do controlador de se listar na bolsa. Na busca por essas informações, os pesquisadores vão entrevistar acionistas controladores e diretores. A divulgação dos resultados desse estudo está prevista para julho. Segundo o Departamento de Economia e Finanças da Fiemg, após a conclusão da pesquisa, será iniciado um ciclo de palestras, orientado pela Bovespa e pela Fundação Dom Cabral, voltado aos gestores. O projeto ainda tem como objetivo chamar a atenção de bancos e consultores da área para o potencial do estado de Minas Gerais como fornecedor de futuros clientes.