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Fundos distressed calibram apostas para 2024
Gestores veem oportunidades para compra de ativos problemáticos nos setores imobiliário, do agronegócio e de empresas de capital aberto com dificuldades, via operação de swap
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Os fundos distressed, que se alimentam de ativos problemáticos ou em situações especiais, veem um 2024 positivo e com fontes originação mais diversificadas. Gestores dos fundos estão otimistas com a rentabilidade dos ativos que já estão nas carteiras, incorporados nos últimos anos, e com novas oportunidades de incremento nos portfólios. No setor imobiliário, há operações envolvendo distrato. No agronegócio, quebras de safra podem levar empresas à recuperação judicial, e nas companhias abertas o elevado endividamento atrai operações de swap propostas pelos fundos – envolvendo dívida e ações. Essas são algumas das são oportunidades mapeadas para 2024.   

Ponto comum dos discursos dos executivos de gestoras de fundos de ativos estressados ouvidos pela Capital Aberto é que o cenário macroeconômico pode ser bom ou ruim, mas sempre há oportunidade para esse tipo de produto. “Faça chuva ou sol, sempre surge algum default por problema de gestão ruim, ou um ciclo operacional negativo. As oportunidades podem mudar, mas temos cinco ou seis caixas de ativos estressados para acessar, e este balanço nos ajuda na gestão”, comenta Mateus Tessler, sócio da Jive Investments.

Matheus Shelman, sócio da Strategi Capital, tem visão semelhante. “Quando a economia vai mal e o juro é alto, tem muita recuperação judicial, default, surgindo ativos para avaliarmos. E, quando o juro cai, o que está na carteira performa bem. São vários ciclos a serem aproveitados.”

Na Jive Investments, 2023 foi de cautela. “No ano passado, o cenário era de muito estresse. Todos procuravam ativos mais midiáticos, com problema. Na Jive, gostamos de aquelas oportunidades que estão já há bastante tempo no mercado”, explica Tessler, acrescentando que o perigo em anos turbulentos é tomar um risco desproporcional.


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Com a filosofia de comprar ativos com risco materializado, o sócio da Jive considera 2024 um ano muito positivo. Uma das estratégias da gestora é dar suporte à dívida de empresas de capital aberto via operações de swap. “Compramos com desconto considerável dívidas de empresas com problemas e trocamos, via swap, por ações. Com a menor alavancagem elas conseguem investir e se valorizam, o que é bom para o fundo.” A Jive já realizou este tipo de operação com a Sequoia (SEQL3), de logística. Neste ano, destaca Tessler, joga a favor dessas operações, a perspectiva de melhora no mercado de ações e o fluxo crescente de recursos para a renda variável.

Outro setor citado pelo sócio da Jive é o agrícola, que passou por queda no preço da soja, em 2022, e depois problemas hídricos no ciclo 2023 / 2024. “Provavelmente, este deve ser o ano de muita recuperação judicial no agronegócio. Essa é uma oportunidade que ocorre pelo momento específico do agronegócio.”

A Jive está no quarto fundo distressed – o primeiro já com ciclo completo, o segundo em fase final de pagamentos aos cotistas, o terceiro começou o processo de devolução de capital (desinvestimento) e o quarto investindo. “Esse último tem um ano de investimento e irá adquirir ativos por mais dois. Estamos olhando oportunidades.” Na média, informa Tessler, os fundos distressed entregam ao investidor 20% ao ano.

Na Strategi Capital, além da expectativa de bom retorno com ativos adquiridos em 2023, os olhares do gestor seguem atentos também ao agronegócio e ao setor imobiliário. “No ano passado, tinha muita gente precisando de um crédito especial. E foi uma oportunidade interessante para os fundos distressed alocarem capital e com um retorno um pouco mais alto. A queda do juro neste ano traz um certo conforto, queira ou não queira, de recebimento dos recursos”, explica Matheus Shelman.

Falando em oportunidades, dois setores em particular chamam a atenção da gestora – agronegócio e imobiliário. No agro, há problemas na safra do Mato Grosso e situações extremas, seja de excesso de chuva ou de sol, afetando a produção em regiões do Nordeste. “O agronegócio vive seus ciclos baseado no crédito. Quando entram em recuperação judicial ou não conseguem quitar os empréstimos tornam-se interessantes. É um crédito que pode ser comprado e impedir a recuperação judicial.”

No imobiliário, as oportunidades estão nas construtoras que trabalham no modelo de condomínio fechado com os recursos dos investidores bancando a obra. “Na pandemia os preços dos insumos subiram, muitas obras foram interrompidas e seguem assim. Os fundos distressed podem financiar o complemento da obra, pagando distrato de investidores que desejem sair do condomínio”, explica Shelman.

A Strategi Capital é focada nos ativos estressados do middle market. Para seu primeiro fundo comprou cerca de 90 ativos de créditos não performados. “No fundo foram dois anos de investimento, incluindo o reinvestimento dos ganhos que recebesse. A gente vai devolver capital ao longo dos próximos anos. Miramos em retornos de 25% a 30% para o investidor.”

A Strategi Capital tem planos de abrir um segundo fundo distressed neste ano, maior do que o anterior, cuja captação foi de R$ 75 milhões. O novo fundo mira uma captação entre R$ 250 milhões e R$ 350 milhões. “Vamos ter um incremento significativo, focado em operações de distressed, só que ampliando um pouco para essas novas vertentes de oportunidade que eu comentei”. A gestora irá fazer neste primeiro semestre road show e deve abrir para captação na segunda metade do ano.


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