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Como o ‘piloto’ do Fed pode fazer uma aterrissagem da economia americana?
A Kinea recorre ao histórico pouso de Charles Sullenberg, no Rio Hudson, para explicar o corte de juros dos Estados Unidos em carta mensal aos cotistas
Fed, Como o ‘piloto’ do Fed pode fazer uma aterrissagem da economia americana?, Capital Aberto

Com a indecisão do Fed sobre o corte de juros nos Estados Unidos, o material da Kinea, que começa nesta sexta-feira (01) a ser distribuído aos clientes e foi recebido com exclusividade pela Capital Aberto, relembra o histórico voo do comandante Charles Sullenberg. Em 2009, o experiente piloto precisou pensar sob pressão após uma colisão com um bando de gansos que fez com que o avião desativasse os motores. Em um ato heroico, o profissional conseguiu pousar nas águas do Rio Hudson, com todos os 155 passageiros vivos. 

Essa mesma coragem, habilidade e calma sob adversidade terão que ser inspiração para Jay Powell, presidente do Fed na condução da política monetária americana, segundo a Kinea. A tarefa de Powell, de conduzir a economia dos Estados Unidos a um pouso suave, é considerada difícil.

Relembrando a história que inspirou o filme “Sully – O Herói do Rio Hudson”, a Kinea conta que mesmo com um feito histórico, as autoridades ainda questionaram o pouso às pressas de Sully, que não tentou levar a aeronave de volta ao aeroporto de La Guardia, em Nova Iorque. Porém, em momentos de emergência, é possível considerar continuar voando? 

Fed, Como o ‘piloto’ do Fed pode fazer uma aterrissagem da economia americana?, Capital Aberto

Entre pousar no rio ou insistir em um voo até o aeroporto mais próximo, o dilema de Sully é parecido com o de Powell. Começar os cortes de gastos antes da convergência inflacionária, ou insistir em sobrevoar um caminho longo e incerto até La Guardia, mas com a possibilidade de perder todos os tripulantes? É o que questiona o relatório da Kinea.

As taxas de juros e o mercado acionário vivem os impactos das decisões realizadas pelos “pilotos da economia americana”. “O ativo mais importante do mundo são as taxas de juros nos Estados Unidos, sendo essas balizadoras para praticamente todos os demais ativos financeiros do planeta”, afirma a carta da Kinea. 

“Embora os números de inflação tenham se mostrado mais resilientes no início desse ano, caso o FED espere demais para iniciar seu ciclo de cortes, existe o risco de que, com a constante elevação dos juros reais, o avião se perca no retorno a La Guardia. Certamente uma decisão difícil, em que o pouso no Hudson salvaria a atividade, mas traria consigo riscos inflacionários, enquanto o incerto retorno a La Guardia aumentaria os riscos sobre a atividade”, diz o documento. 

Dentro da cabine do avião, o presidente do Fed avalia os fatores para uma aterrissagem mais tranquila possível. Contudo, a análise afirmou que, na visão da Kinea, Powell deve olhar a direção dos dados correntes 12 meses à frente. “Nossa visão é que a atual pujança do mercado de trabalho deve mostrar sinais de arrefecimento no decorrer dos próximos meses, com queda na contratação de setores que hoje impulsionam esses números, particularmente saúde e educação.”

Nas nuvens inflacionárias, o estudo acredita que a inflação de serviços deve continuar seu processo de convergência ao longo do ano. Com os números de demissões voluntárias em queda, o mercado de trabalho fica mais equilibrado em demandas salariais e aluguéis (OER) devem voltar a convergir. 

“O maior risco para esse cenário, em nossa visão, seria um retorno na inflação de bens, em que alguns indicadores antecedentes no PPI”, diz o relatório.  Entretanto, o perigo também está no mar. “Riscos associados com o aumento de fretes pelo fechamento do mar vermelho nos trazem um alerta amarelo no momento.”

Assim, com uma convergência inflacionária cada vez mais real, o piloto do Fed deve tomar uma atitude e iniciar o ciclo de cortes ainda no primeiro semestre e finalmente reduzir as taxas, atualmente entre 5,25% e 5,5% ao ano. “Mantendo um discurso que não seria apropriado para o banco central esperar a total convergência para sua meta de 2% a.a. para iniciar o ciclo”, enfatiza a Kinea. 

Conforme divulgado nesta quinta-feira (29), o núcleo do PCE (Índice de Preços para Gastos de Consumo Pessoal), que exclui alimentos e energia por serem mais voláteis, aumentou 0,4% em relação a dezembro. Em comparação ao mesmo mês de 2023, o indicador avançou 2,8%. Economistas consideram o núcleo do PCE uma métrica mais precisa da inflação subjacente do que o índice geral de preços. Já o PCE, que inclui componentes voláteis, subiu 0,3% em relação ao mês anterior e 2,4% em 12 meses.

“Você tem ideia melhor?”

Antes de aterrissar a aeronave na água, o piloto Sully pergunta ao seu co-piloto: “Você tem alguma ideia melhor?”. Sem saber voar, o presidente do FED precisará de uma habilidade similar no seu julgamento de que tipo de pouso a economia que afeta outras ao redor do mundo irá fazer. “Powell pode deixar em seu legado, e certamente almeja, ser o primeiro presidente do FED a controlar uma inflação acima de 10% sem danos para a atividade. Os números da economia norte-americana e decisões dos próximos meses definirão esse destino entre o Rio Hudson ou La Guardia”, finaliza a gestora.


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