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Brasil segue na incômoda posição de segundo maior juro real do mundo
Em dia de Fed e Copom, sinais foram de ambiente caminhando para o equilíbrio, nos EUA, e de novo corte de meio ponto na Selic em maio
juro real, Brasil segue na incômoda posição de segundo maior juro real do mundo, Capital Aberto

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, voltou a reduzir o juro básico em meio ponto percentual, mantendo o ritmo dos encontros anteriores. Com a Selic a 10,75% ao ano, o juro real – nominal menos a inflação – fica em 5,90% projetado para os próximos 12 meses. É o segundo maior juro real do mundo, perdendo apenas para o México, com 7,46% ao ano, segundo levantamento da MoneYou.

No comunicado, o colegiado afirmou que o ambiente externo “segue volátil, marcado pelos debates sobre o início da flexibilização de política monetária nas principais economias e a velocidade com que se observará a queda da inflação de forma sustentada em diversos países”. Em relação ao cenário doméstico, o Copom afirma que o conjunto dos indicadores de atividade econômica “segue consistente com o cenário de desaceleração da economia”.


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Para o economista e sócio da Matriz Capital, Vinicius Moura, o destaque do comunicado é o fato de citarem que esperam mais um corte de juros na “próxima reunião” no singular e não no plural. “O que deixa um clima de incerteza do que pode acontecer nas próximas reuniões. Mas também penso que pode ser apenas uma forma de comunicar que o governo mantenha os objetivos fiscais. Penso que há sim espaço para cortes de mesma magnitude.”

O comunicado mostra que há um processo de desinflação em curso, com a inflação ao consumidor em uma trajetória decrescente e as expectativas de inflação para 2024 e 2025 situando-se em torno de 3,8% e 3,5%, respectivamente. Na visão de Moura, isto alimenta a confiança de que “estamos no caminho certo para alcançar um ambiente econômico mais estável e previsível”.  

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Nos EUA, juros estáveis e menos cortes em 2025

Os membros do Federal Reserve (Fed) decidiram, unanimemente, manter pela quinta reunião consecutiva a taxa inalterada na faixa de 5,25% a 5,5%, a mais alta desde 2001. Segundo reportagem da Bloomberg, eles sinalizaram que devem cortar os juros neste ano pela primeira vez desde março de 2020. Porém, agora com uma projeção de apenas três reduções em 2025, abaixo das quatro previstas em dezembro.

“O comitê julga que os riscos para alcançar seus objetivos de emprego e inflação estão caminhando para um melhor equilíbrio”, disse o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc). A declaração após a reunião do Fed foi quase idêntica à de janeiro, mantendo a orientação de que as reduções nos juros não serão apropriadas até que tenham mais confiança de que a inflação está se movendo de forma sustentável, em direção à sua meta de 2%.

“O mercado interpretou esse discurso de forma mais dovish, apesar de não indicar quando devem cortar os juros. Powell citou mais uma vez que a política monetária já está em seu pico. Com isso, acredito que as apostas seguem firmes para junho em relação ao primeiro corte dos juros americanos”, comenta André Fernandes, head de Renda Variável e sócio da A7 Capital.

Na coletiva após o encontro do FOMC, o presidente do Fed, Jerome Powell, explicou a decisão de reduzir as participações em títulos, em queda desde junho de 2022 — um processo conhecido como aperto quantitativo, ou QT. O Fed vem aumentando gradualmente o montante combinado de títulos do Tesouro e hipotecários que permitiu expirar, sem serem reinvestidos, para um total de US$ 95 bilhões por mês. Isso consiste em US$ 60 bilhões para títulos do Tesouro e US$ 35 bilhões para títulos hipotecários.

“A decisão de reduzir o ritmo não significa que nosso balanço patrimonial encolherá, mas nos permite abordar esse nível final de forma mais gradual”, disse ele. “Em particular, isto ajudará a garantir uma transição suave, reduzindo a possibilidade de os mercados monetários enfrentarem estresse.”

Reações do mercado

Em Wall Street, as ações subiram para novas máximas históricas conforme o Fed sinalizou que está no caminho para cortar as taxas de juros pela primeira vez desde o início da pandemia.

Em um movimento histórico, o S&P 500 ultrapassou os 5.200 pontos com a especulação de que o fim do ciclo de aumento de taxas mais agressivo do Fed em uma geração continuará impulsionando os lucros corporativos. Os ganhos nas ações foram praticamente generalizados, com segmentos que estiveram atrasados este ano – como as small caps – se recuperando. Os títulos do Tesouro de curto prazo tiveram um desempenho melhor, com os traders agora vendo maiores chances de um primeiro movimento do Fed em junho. “O saldo total desta coletiva de imprensa de ‘nenhuma notícia é uma boa notícia’ é que os mercados continuam tendo luz verde para subir”, disse Chris Zaccarelli, da Independent Advisor Alliance. “Este Fed não vai ficar no caminho do mercado de alta.” O Nasdaq 100, voltado para tecnologia, subiu 1,2%, com a Apple e a Tesla liderando um rali nos mega-cap.  


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