Pela primeira vez desde 2004, quando as ofertas de ações foram retomadas, a participação dos investidores estrangeiros nessas operações ficou abaixo do patamar histórico. No acumulado do ano, consideradas as ofertas iniciais (IPOs, na sigla em inglês) e as subsequentes (follow-ons), a presença internacional média foi de 56%, ante quase 70% em 2006.
Duas ofertas pesaram nessa conta: a capitalização da Petrobras, que obteve 20% de adesão estrangeira, e o IPO da Renova Energia, em que 98% das ações foram distribuídas localmente. O caso da Renova é considerado excepcional. Diante de uma operação que saiu menor do que o planejado devido às condições de mercado, os ofertantes privilegiaram investidores mais próximos da companhia.
Segundo Roberto Barbuti, diretor de renda variável do Santander, o fim da euforia com as ofertas brasileiras — “quando qualquer operação tinha aceitação” — incentivou a participação de investidores locais. Até então, os gestores brasileiros ficavam de fora das ofertas, sobretudo dos IPOs, porque consideravam os preços elevados. As companhias emissoras também passaram a valorizar mais o investidor nacional. Na crise financeira, as que estavam concentradas nas mãos de estrangeiros registraram forte desvalorização devido à fuga de recursos.
O aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) também pode ter impactado a participação dos estrangeiros. “O que afastou o investidor foi o receio do que poderia vir após uma medida como essa, não necessariamente o seu custo”, observa Antonio Castro, presidente da Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca). Em outubro do ano passado, o Fisco onerou em 2% os investimentos diretos vindos do exterior como forma de conter a valorização do real.
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