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Ações dos IPOs realizados após 2018 perdem de lavada para Ibovespa
Sem preparo e perfil para a bolsa, correr para aproveitar a janela de oportunidade para abrir capital pode ser um risco, alerta consultoria
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De olho na volta do apetite do investidor por ativos de risco, com os cortes na Selic e a perspectiva de afrouxamento monetário nos Estados Unidos, empresas estão ensaiando retomar os IPOs na B3. A bolsa não registra uma única oferta primária de ações desde 2021. A melhora econômica e a necessidade de captar recursos para investir também reforçam o interesse pela realização de um IPO. O risco deste cenário tão favorável é de as empresas acelerarem o passo para aproveitar a janela que se abre, sem estarem prontas.

Um estudo realizado pela butique de negócios Seneca Evercore avaliou o desempenho das ações dos IPOs realizados desde 2018. Dos 82 IPOs, 74 permanecem na bolsa até agora. Mais da metade das ofertas de ações, 52,7%, foram dos setores de tecnologia, varejo e imobiliário. Até o momento, apenas 16 ações tiveram desempenho positivo em relação ao seu preço fixado no IPO, ao passo que 13 tiveram conseguiram superar o Ibovespa no mesmo período. As demais estão no vermelho.


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“É muito pequeno o número de empresas que superam o Ibovespa. O Brasil tem janelas esporádicas de IPO, a cada 3 ou 4 anos, e as empresas querem aproveitar, muitas sem estarem preparadas para o movimento, mas são estimuladas a irem ao mercado”, comenta Daniel Wainstein, sócio sênior da Seneca Evercore. “Uma empresa com performance inconsistente não tem muito problema se as ações forem privadas, mas no ambiente público são penalizadas fortemente se o balanço é ruim por dois ou três meses seguidos.”

Entre os pontos citados por Wainstein necessários para uma empresa abrir capital na bolsa estão consistência no crescimento do Ebitda ou do lucro, um tamanho suficiente para não ser esquecida e ficar sem liquidez, uma boa governança e um plano de negócio pronto para utilização dos recursos captados. Outro item citado é a importância de já ter recebido aporte de investidores profissionais, como fundos Private Equity, e dado resultado. “Isto exige que a empresa tenha passado por uma diligência e se profissionalizado. Eles aprendem a lidar com um sócio privado antes da oferta pública.”

Para o sócio da Seneca Evercore, a vontade de aproveitar janelas de oportunidade, sem o devido preparo, é um dos motivos de insucessos na bolsa. “Em toda janela há uma exuberância na quantidade de empresas que fazem IPO, sem um escrutínio adequado. Perder a credibilidade na bolsa é fácil, recuperar demanda tempo.”

Ele ressalta que no segundo semestre os IPOs devem voltar. “Mas a provocação que eu faria para as empresas é se vale a pena acelerar o passo para aproveitar a janela ou se não seria melhor organizar a estrutura para ir a mercado”, questiona Wainstein.

Na análise realizada, a butique separou as 74 companhias que permanecem na bolsa em quatro grupos pelo desempenho, comparando com taxa de crescimento de lucro e receita.  No Grupo 1, de melhor desempenho, há 18 empresas com ações que no agregado subiram 33,4%, com receita avançando 36% e lucro líquido em alta de 22%. Já os Grupos 3 e 4, de pior desempenho, contam com 37 empresas as ações caíram, respectivamente, 54,9% e 85,6%. “

Cautela com IPOs

Na projeção feita por Fernando Ferrer, analista da Empiricus Research, há ao menos 20 empresas com potencial para fazer IPO neste ano, que já manifestaram interesse e falam com bancos. “Foram dois anos de seca, o que também explica o interesse crescente das empresas em abrirem capital. Além disso, a economia melhorou e muitas companhias precisam de recursos para financiar seu crescimento”, comenta Ferrer. “Janelas abrem e fecham e o mercado pode mudar rápido, por isso sou mais cauteloso que muitos do mercado com a previsão de IPOs para o ano.”

Sobre o desempenho ruim da maior parte das ações que chegaram ao mercado nas últimas janelas, o analista da Empiricus pontua que “tem de tudo”, citando empresas que não estavam prontas e algum exagero também do investidor que ao ver juros muito baixos há alguns anos entrou sem critério em ofertas. 

“Só lembrando que no último boom de IPOs de tecnologia, a maior parte das empresas não conseguiu o desempenho esperado e algumas caíram mais de 90%”, diz Ferrer. “Nenhuma janela de oportunidade é toda ruim, mas empresas e investidores precisam ter cautela no movimento.” Entre os setores que têm mais candidatos a realizarem IPOs neste ano, destaca o analista, estão o de incorporadoras, com Patrimar e Tegra, e de saneamento, com Aegea e Iguá.


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