Pesquisar
Close this search box.
Dez instituições não financeiras já atuam como coordenadoras de emissões
Sob a CVM 161, assets, assessorias e securitizadoras buscam espaço em um mercado dominado pelos grandes bancos
coordenadoras, Dez instituições não financeiras já atuam como coordenadoras de emissões, Capital Aberto

Um ano após a publicação da CVM 161, que introduziu um novo regime para registro de coordenadores de ofertas públicas e autorizou instituições não-financeiras a atuarem no mercado, já são 10 empresas credenciadas, segundo informa a Anbima. Na lista, há securitizadoras, consultorias, agentes fiduciários e assets habilitadas a coordenarem emissões. Duas delas, contudo, são empresas não financeiras vinculadas a dois grandes players que já atuam como coordenadores – o BTG Pactual e o Itaú.

tabela CVM 161

Um dos objetivos do regulador, ao editar as instruções CVM 161 e a CVM 160, foi ampliar o acesso a uma gama maior de novos tipos de coordenadores, emissores e investidores, além de simplificar processos e reduzir a intervenção prévia da CVM nas ofertas menos complexas, que passaram a ter um procedimento automático. A fila de instituições não financeiras credenciadas como coordenadoras de emissões foi puxada pela Oriz Partners, quatro meses após a edição da norma. Os resultados, até aqui, são muito positivos.


Saiba como construir fusões e aquisições de sucesso no curso M&A: reorganizações societárias e de governança


“Foi uma decisão muito acertada da CVM para democratizar o mercado e tirar esta atividade unicamente do monopólio de instituições financeiras. Foram vários ajustes para que pudéssemos colocar a operação de pé, conversas com a B3 e parametrização dos sistemas, mas deu certo”, comenta Rafael Prudente, responsável pela área de Operações Estruturadas da Oriz. Desde que obteve a autorização, a Oriz coordenou R$ 1 bilhão em ofertas públicas de valores mobiliários. “Foi muito mais do que imaginávamos. Coordenamos nove ofertas neste primeiro ano de empresas como a Cashme, do Grupo Cirella, ou da MRV. Também faz parte de operações em que a Oriz atuou o IPO de um Fiagro de crédito

Como estratégia de atuação, Rafael Prudente diz que a Oriz é agnóstica em relação ao tipo de operação e volume. “Fizemos operações grandes, mas também outras bem menores, que é de certa forma o objetivo da CVM ao estimular este mercado. Coordenamos a emissão de uma nota comercial de uma empresa no Nordeste no valor de R$ 15 milhões.” Como diferenciais em relação aos bancos, comenta Prudente, há preço menor e agilidade maior e, no caso da Oriz, uma senioridade da equipe que também colabora na rapidez em que a área avançou neste primeiro ano.

Na Bamboo Debt Capital Markets Platform, a decisão pelo credenciamento como coordenadora após publicada a CVM 161 foi um caminho natural. A companhia, utilizando o registro de securitizadora, já podia coordenar emissões, mas apenas de clientes da empresa, cujas operações haviam sido estruturadas por ela. “O mercado de dívida nunca serviu muito bem às empresas menores. Os grandes bancos dão atenção para operações acima de R$ 200 milhões. Com a licença de 161, podemos atacar qualquer nicho, mas não é a intenção entrar na concorrência direta”, comenta Arthur O’Keefe, sócio-fundador da Bamboo.

A estratégia da empresa é atuar na faixa entre R$ 20 milhões e R$ 200 milhões, principalmente coordenando a emissão de CRI e debêntures. “Estamos 100% alinhados com o regulador de permitir que mais empresas utilizem o mercado de capitais.” O co-fundador e diretor financeiro da Bamboo, Igor Donni, lembra que a expertise com as operações sob a licença de securitizadora, tem sido importante. “Já tínhamos trabalhado no primeiro CR no Brasil, um negócio de securitização de placas solares para uma empresa chamada Sunny Hub no valor de R$ 5 milhões. A operação provou que com tecnologia, são viáveis as micro emissões”, comenta Donni. A Bamboo, já sob as regras da 161, coordenou emissões de R$ 100 milhões. “Estamos há pouco tempo no mercado, mas miramos alto. No ranking da Anbima, tem pelo menos cinco níveis de coordenadores e vamos passo a passo avançando”, comenta Arthur O’Keefe, acrescentando que nos planos para 2024 estão 20 operações.

Outra credenciada como coordenadora de ofertas é a One Investimentos, empresa que nasceu como uma assessoria de investidores e avançou no suporte aos clientes pessoa jurídica, como escritório vinculado ao BTG. “Coordenar uma emissão de R$ 50 milhões ou de R$ 500 milhões da quase o mesmo trabalho, então os bancos sempre buscaram as operações maiores. Já observávamos isso, mas não podíamos atuar. Com a CVM 161 e a 160, que facilitou o processo, foi um caminho natural”, explica Francisco Gonçalves, sócio da One Investimentos.A gente desenvolveu na One um segmento importante de empresas, temos uma ponta originadora de oportunidades de clientes PJ muito boa.” Na One, a área de mercado de capitais é independente do restante da operação.

Credenciada desde junho do ano passado, a One coordenou a primeira emissão em dezembro, de um CRI da BR Partners, no valor de R$ 72,6 milhões. “Hoje eu não vou declinar operações maiores, mas o meu modo de provocar é diferente. No mercado de capitais, uma das formas de originação é quando as grandes empresas convidam os bancos para participar, quase uma licitação, modelo que para nós não faz sentido”, explica Gonçalves.

O outro canal de originação, comenta o executivo, são as operações provocadas, em que o cliente muitas vezes nem cogitava, mas há oportunidades de emissão que pode melhorar o balanço. “É nesse formato que vamos atuar, levando soluções para os clientes.” O espaço que a One vai priorizar são operações entre R$ 30 milhões e R$ 100 milhões, com um prazo mais longo. “Para este ano, acreditamos que dá para coordenar em volume total perto de R$ 500 milhões em dívidas, em sete ou oito operações.”

Na lista com as 10 empresas não financeiras credenciadas pela CVM 161, há duas ligadas a grandes bancos que já coordenavam emissões e não precisariam atuar sob a nova CVM 161. Procurado pela reportagem, o Itaú explicou que o credenciamento da empresa nãofinanceira do grupo faz parte da reorganização societária intragrupo, divulgada no final do ano passado. Na ocasião, o Itaú informou que foi aprovada a cisão total do Banco Itaú BBA S.A e que serão transferidas do banco para a Itaú BBA Assessoria todas as atividades de assessoria financeira, estruturação e coordenação de operações com títulos ou valores mobiliários. Já o BTG Pactual preferiu não se manifestar.


Para continuar lendo, cadastre-se!
E ganhe acesso gratuito
a 3 conteúdos mensalmente.


Ou assine a partir de R$ 34,40/mês!
Você terá acesso permanente
e ilimitado ao portal, além de descontos
especiais em cursos e webinars.


Você está lendo {{count_online}} de {{limit_online}} matérias gratuitas por mês

Você atingiu o limite de {{limit_online}} matérias gratuitas por mês.

Faça agora uma assinatura e tenha acesso ao melhor conteúdo sobre mercado de capitais


Ja é assinante? Clique aqui

mais
conteúdos

APROVEITE!

Adquira a Assinatura Superior por apenas R$ 0,90 no primeiro mês e tenha acesso ilimitado aos conteúdos no portal e no App.

Use o cupom 90centavos no carrinho.

A partir do 2º mês a parcela será de R$ 48,00.
Você pode cancelar a sua assinatura a qualquer momento.