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Armadilhas dos novos tempos

Há 50 anos, contam alguns corretores, era preciso “saber ouvir” para se dar bem na bolsa de valores. Enquanto os senhores da “corbeille” — o ambiente circular, na forma de uma cesta, em que aconteciam os pregões na época — apregoavam suas ordens de compra e venda, só um ouvido aguçado podia entender se o sentido do mercado indicava movimento de alta ou baixa. Não era fácil ser corretor. Experiência e tino para o negócio não podiam faltar.

O tempo passou, e os sistemas eletrônicos se impuseram como um meio de buscar as melhores e mais transparentes condições de preço para todos. Sob a bênção da tecnologia, tornou-se possível disseminar as ordens a um só tempo para todos os participantes, com agilidade e equidade. Décadas depois, ironicamente, os mercados se veem ameaçados pelo mesmo progresso tecnológico que outrora lhes conferiu credibilidade e segurança.

Agora, pode sair-se melhor que os demais não o corretor com talento para “ouvir o mercado”, mas sim aquele equipado com sistemas ultrarrápidos de negociação, capazes de processar negócios em milissegundos e se aproveitar das microdiferenças de preços a que nem todos têm acesso. Nos Estados Unidos, além dos sistemas altamente velozes, teme-se a proliferação de plataformas alternativas de negociação. Algumas delas usam as referências de preço dadas pelas bolsas de valores para realizar negócios sob a condição de anonimato, a valores possivelmente mais vantajosos.

É verdade que a maior parte de todo esse problema está, hoje, nos Estados Unidos. Fragmentado, com diversas bolsas e sistemas alternativos em operação, o maior mercado de capitais do mundo encontra-se envolto nas armadilhas que emergiram da sua complexidade. Mas há, a nosso ver, uma boa razão para esse tema ter sido escolhido como reportagem de capa da CAPITAL ABERTO nesta edição. Embora a preocupação com o problema ainda não seja relevante por aqui, sempre é bom esticar o olho para observar o que acontece em mercados que nos inspiram. Afinal, ainda temos a chance de escolher modelos menos traiçoeiros que os deles.


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