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Emissões de títulos ESG devem atingir US$ 1 trilhão em 2024
América Latina será destaque, prevê S&P. Para Itaú BBA e Santander, papéis ESG ampliam leque de investidores
Títulos ESG, Emissões de títulos ESG devem atingir US$ 1 trilhão em 2024, Capital Aberto

As emissões globais de títulos verdes, sociais e sustentáveis devem ficar em torno de US$ 1 trilhão em 2024, em comparação com US$ 980 bilhões em 2023. Os dados são de relatório recém-divulgado pela S&P Global Ratings. Apesar do crescimento modesto, o estudo prevê maior diversificação na origem geográfica dos papéis. “Dois mil e vinte e quatro pode ser um ano de ampliação do alcance regional e de tipos de instrumentos, em vez de um forte crescimento global”, afirma o estudo. 

Neste cenário, a América Latina deve ser destaque, após a conquista do segundo lugar no ranking das emissões de 2023, com avanço 56%, atrás apenas do Oriente Médio, com 149%. Entre os fatores que podem contribuir para o aumento das emissões latino-americanas estão os esforços globais e regionais para acelerar a transição energética e alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, diz o relatório.

Bem diferente é a situação da Europa, com crescimento de apenas 7% nas emissões no ano passado (em dólar). A União Europeia vem diminuindo sua participação no lançamento de títulos ESG desde 2020 por conta da redução dos financiamentos de projetos emergenciais relacionados à pandemia de Covid. Como resultado, em 2023, Europa e América do Norte no conjunto responderam por 57% das emissões globais – a menor fatia em cinco anos. 

Historicamente, ressalta a S&P, a emissão de títulos ESG tem sido dominada por países de alta renda. Mas outros mercados podem começar a aumentar a presença em 2024 em decorrência sobretudo de “grandes necessidades de financiamento não atendidas”, afirma o estudo. 


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Títulos ESG no Brasil

No Brasil, o ano começou com duas grandes emissões de green bonds, da Ambipar, especializada em gestão de resíduos, e da FS, produtora de etanol de milho. As companhias emitiram em 30 de janeiro US$ 750 milhões e US$ 500 milhões, respectivamente, em títulos verdes no exterior. A taxa de retorno ficou em 9,875% nos papéis da Ambipar e de 9,125% nos da FS, ambos com vencimento em sete anos.

Nos dois casos, a procura foi grande. Para a Ambipar, a expectativa inicial era captar US$ 500 milhões. Mas como a demanda superou em três vezes esse valor, ultrapassando US$ 1,5 bilhão, empresa aumentou a emissão em 50%, para os US$ 750 milhões, como conta Luiza de Vasconcellos, head de sustainable finance de Renda Fixa no Itaú BBA, banco coordenador da oferta da empresa, junto com o BTG Pactual e Bank of America.  O montante será utilizado no pagamento de outras dívidas, mas a empresa se comprometeu em investir igual quantia em  projetos que podem envolver energia renovável, transporte não poluente ou gestão de água. 

Na opinião da executiva do Itaú BBA, operações como a da Ambipar, podem ajudar a ampliar o leque de investidores estrangeiros interessados. “Além de acessar aqueles que normalmente compram mercados emergentes, você acessa também bolsos com foco ESG, que não necessariamente têm uma limitação por região geográfica”, diz ela. “Podem ser até dois fundos dos mesmos investidores”, complementa.

O raciocínio é compartilhado por Gabriela Bertol, head de sustentabilidade do Santander Brasil, um dos coordenadores da emissão da FS. “Além de trazer ganho reputacional às empresas, emissões ESG permitem uma diversificação de bolsos e demanda maior em volume, o que às vezes também traz benefício de custo, com taxas menores para a empresa emissora”, diz ela.

Segundo informações publicadas pelo Invest Talk, do Banco do Brasil, a alta demanda, de US$ 1,3 bilhão, possibilitou a redução da taxa paga aos investidores, inicialmente sinalizadas em 9,5%, para os 9,125% efetivamente negociados pela FS. Os recursos utilizados em investimentos e alongamento de dívidas.

Novos projetos

 Atualmente os recursos captados globalmente nas emissões verdes geralmente se destinam a projetos de energia renovável, eficiência energética, transporte limpo ou construção, no caso dos títulos verdes – caso, por exemplo, da Ambipar. Já os títulos sociais costumam financiar obras para habitação e infraestrutura básica acessíveis e outros projetos com ênfase socioeconômica. Os dados são de outro estudo, da Fitch Ratings.

Nos próximos anos, porém, novos projetos devem entrar na lista, como iniciativas com foco na descarbonização da agricultura, segurança alimentar,biodiversidade e área de saúde,  prevê a Fitch.


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