Volatilidade do petróleo com ataques na Arábia Saudita respinga na Petrobras
Os principais acontecimentos para o mercado de capitais na semana de 16 a 20 de setembro
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Ilustração: Julia Padula

Os ataques a refinarias de petróleo na Arábia Saudita e a consequente elevação das cotações do barril no mercado internacional colocaram a Petrobras de volta aos destaques do noticiário na última semana. No sábado 14 de setembro, instalações da estatal saudita de petróleo foram alvos de ataques reivindicados por rebeldes iemenitas aliados do Irã. O episódio reavivou temores de que o fornecimento de petróleo pela Arábia Saudita não é tão estável quanto se imaginava, o que desencadeou uma valorização do barril em torno de 20%, o percentual mais elevado desde a Guerra do Golfo, em 1991. O preço depois se acomodou, mas o alerta permaneceu ativo.

A movimentação das cotações da commodity no mercado internacional é fator decisivo para a Petrobras. No início da semana, o presidente Jair Bolsonaro chegou a afirmar que a companhia não repassaria os aumentos para os combustíveis, depois de ter tido “uma conversa” com o presidente da estatal, Roberto Castello Branco. A fala de Bolsonaro reativou as preocupações em torno de ingerência política sobre a Petrobras. A política de preços da estatal prevê vinculação dos valores às cotações internacionais do petróleo, mas não fixa periodicidade para os ajustes. No fim da semana, a estatal anunciou aumentos de 3,5% para a gasolina e de 4,2% para o óleo diesel. Depois de muita volatilidade nos últimos dias, Petrobras PN fechou a semana praticamente estável, a 27 reais.

16.09

– Celebrado acordo de acionistas entre os controladores do Banco Inter (família Menin) e o grupo japonês Softbank, que havia entrado no capital do banco brasileiro em julho, com uma participação de 8,11% (equivalente a um aporte de 800 milhões de reais). Desde então, o Softbank elevou a fatia para 14,94%. O acordo de acionistas permite que os japoneses indiquem um membro para o conselho de administração enquanto detiverem uma participação mínima de 5% no capital do Inter.

– MRV Engenharia suspende assembleia de acionistas que estava marcada para o dia 4 de outubro. Da pauta do encontro constava a deliberação sobre um investimento da companhia na AHS Residential, empresa que atua no mercado americano e que tem como proprietária a família Menin, controladora da MRV. Os investidores reagiram negativamente à ideia, temendo conflito de interesses. Numa atitude pouco comum no mercado brasileiro, a companhia decidiu fazer uma consulta prévia aos acionistas, via formulário eletrônico, a respeito de medidas de gestão desse potencial conflito — o mérito do investimento na AHS não faz parte da consulta. A companhia espera remarcar a assembleia já no início de outubro. As informações são do jornal Valor Econômico.

17.09

– Juntas, as cinco maiores estatais do País (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, BNDES, Petrobras e Eletrobras, considerando todos os respectivos conglomerados) tiveram lucro líquido de 60,7 bilhões de reais no primeiro semestre, uma alta de 69% na comparação com igual período do ano passado, quando os ganhos haviam somado 35,9 bilhões de reais. A informação é do Valor Econômico, que cita dados da Secretaria de Coordenação e Governança de Empresas Estatais (Sest).

– CVM aprova propostas de termos de compromisso apresentadas por ex-administradores, ex-conselheiros fiscais e ex-integrantes do comitê de auditoria da ALL para encerramento de processo administrativo sancionador referente a irregularidades verificadas pela área técnica da autarquia em demonstrações financeiras da companhia no período de 2011 a 2013 (a ALL posteriormente foi incorporada pela Rumo). O termo de compromisso envolve o pagamento de, no total, 11,2 milhões de reais.

18.09

– Gestoras de investimentos e fundos de pensão de várias partes do mundo, grupo com ativos de cerca de 16 trilhões de dólares, divulgam carta em que pressionam o governo brasileiro para tomar medidas efetivas de proteção da Amazônia. A ação foi coordenada por instituições como a Principles for Responsible Investment (PRI) e a ONG americana Ceres.

– Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decide reduzir a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, para 5,5% ao ano — novo patamar mínimo da série histórica. No comunicado que divulgou depois da reunião, o comitê sinalizou que novos cortes estão a caminho. O Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) também diminuiu a taxa básica do país, em 0,25 ponto percentual, para um intervalo entre 1,75% e 2% ao ano.

– Reunidos em assembleia, acionistas da BR Distribuidora elegem o primeiro conselho de administração da companhia depois da privatização. Embora a Petrobras tenha deixado de controlar a empresa, com sua fatia de 34,5% do capital conseguiu ocupar três assentos do board, tendo emplacado o presidente do colegiado, Edy Kogut. O conselho da BR Distribuidora passa a ter seis conselheiros novatos.

– CVM prossegue com debate para regulamentação de trecho da Lei das S.As. (inserido na reforma de 2011) que prevê a possibilidade de emissores de debêntures recomprarem os papéis. A lei passou a permitir as operações de recompra, mas estabeleceu que deveriam ser regulamentadas pela CVM, o que só vai acontecer agora. A possibilidade de recompra de debêntures dá maior flexibilidade para as companhias administrarem seus passivos aproveitando oportunidades de mercado. A autarquia recebe comentários do mercado até 4 de outubro.

19.09

– Banco Pan capta 1,04 bilhão de reais com follow on. Na operação, as ações foram vendidas a um valor unitário de 8,25 reais.

– Airbnb anuncia intenção de abrir o capital em 2020. A plataforma de aluguéis de imóveis por temporada está avaliada em aproximadamente 31 bilhões de dólares.

– BNDES e CVM aprovam a celebração de acordo que prevê a transferência voluntária e temporária de até 50 servidores do banco de fomento para o regulador do mercado de capitais. Os transferidos inicialmente ficarão na CVM por 24 meses, período que pode ser prorrogado. A ideia é que o combalido quadro de funcionários da autarquia receba um reforço, embora ele esteja longe de solucionar seu crônico problema de falta de recursos humanos.

20.09

– Banco Central determina a liquidação extrajudicial da corretora Um Investimentos, sob as justificativas de situação patrimonial grave, violações a normas legais e prejuízos que sujeitaram credores a risco anormal. O BC também determinou o bloqueio dos bens dos controladores e de ex-administradores da corretora.


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