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Entenda a visão do mercado sobre as sinalizações da superquarta
Analistas se surpreendem com Fed dovish e veem postura mais rígida do BC brasileiro
Sinalizações da Superquarta, Entenda a visão do mercado sobre as sinalizações da superquarta, Capital Aberto

O Federal Reserve e o Copom surpreenderam o mercado de formas opostas nesta Superquarta. Embora os juros anunciados no Brasil e nos Estados Unidos vieram alinhados com as expectativas, as sinalizações sobre os próximos passos foram bem diferentes. “O Fed veio extremamente dove, enquanto, de alguma forma, aqui o Banco Central foi um pouco mais duro do que o mercado esperava”, resume o economista-chefe da Novus Capital, Tomás Goulart.Por aqui, além de reduzir a Selic em 0,5 ponto percentual, para 11,75% ao ano, o BC voltou a sinalizar cortes do mesmo tamanho nas próximas reuniões, apesar da pressão do governo federal pelo aumento no ritmo da desaceleração. 

Já nos Estados Unidos, o FOMC (Comitê Federal de Mercado Aberto do Fed)  manteve, como esperado, os juros básicos no intervalo entre 5,25% e 5,50%.  Mas a projeção mediana para o ano que vem caiu de 5,1% para 4,6%, indicando a possibilidade de afrouxamento monetário antes do esperado. Tanto é assim que o gráfico de pontos do Fed  mostra que a maioria dos dirigentes espera três ou até quatro cortes de juros de 0,25 ponto percentual em 2024.

Sinalizações

Para entender melhor a visão do mercado brasileiro sobre o rumo das taxas e suas repercussões dos dois lados do Equador, a Capital Aberto, ouviu, além de Goulart, os especialistas  Yihao Lin, coordenador econômico da Genial Investimentos, e Gino Olivares, Azimut Brasil Wealth Management

Confira abaixo as principais opiniões do trio:

Surpresa americana

 “A grande expectativa era sobre as projeções do Fed. E aí que houve a principal surpresa. Para este ano e para até 2025, eles estão projetando menos inflação do que projetavam em setembro. Em parte como consequência disso,  aumentaram o que seria o orçamento de cortes de juros para os próximos dois anos. O Fed  tinha dois cortes na projeção de setembro e agora vemos três cortes em 2024. “

“Tínhamos a expectativa de que o [presidente do Fed, Jerome] Powell , na coletiva para imprensa,  iria tentar conter a euforia do mercado com o anúncio dos potenciais cortes maiores nos próximos anos. Mas não houve nenhum esforço neste sentido. Diversos comentários que ele fez ao longo da coletiva deixaram claro que, embora oficialmente Powell não dê por encerrado o ciclo de alta, ele não vê mais necessidade de altas de juros.”

Gino Olivares, Azimut Brasil

Investimentos

“Foi um Fed bem bom. E isso levou o mercado a precificar o início do ciclo ainda no primeiro trimestre do ano que vem.”

“Temos a combinação da surpresa da indicação de corte rápido nos Estados Unidos com os juros atraentes no Brasil, que não terão o ritmo de corte acelerado. Isso vai trazer fluxo para a renda fixa aqui. Também vai ajudar no fechamento da taxa de juros, principalmente nos prazos mais longos. Deve ainda ajudar na moeda.”

Tomás Goulart, Novus Capital 


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Torcida Frustrada

 “Aqui, o Banco Central do veio na ponta menos dove, porque havia a possibilidade de indicar só um corte de 0,50 pontos base, abrindo espaço para acelerar para 75 na reunião de março. O mercado já não precificava o 0,75, mas estava meio que na torcida para que ele desse a indicação de que cortaria 0,75. As projeções de inflação por parte do Banco Central do Brasil ainda foram um pouco salgadas. Então, de alguma forma, foi um Banco Central um pouco mais duro do que o mercado esperava.”

Tomás Goulart, Novus Capital 

Moderação

A gente tinha uma perspectiva de o comunicado do Copom alterar a parte em que fala sobre o cenário externo, apontando para um cenário externo menos adverso depois da comunicação do Fed.”

“A ponta mais otimista do mercado esperava um comunicado mais dove, e acho que se surpreendeu com a manutenção de palavras de ‘cautela’, ‘serenidade’ e ‘moderação’ em diferentes trechos, apontando realmente que o BC vai conduzir esse ciclo de afrouxamento com bastante conservadorismo.”

“E a nossa avaliação é uma postura mais adequada por conta da incerteza global, por mais que tenha se reduzido, e da incerteza doméstica, muito ligada a fatores fiscais.

Yihao Lin, Genial Investimentos

Devagar e sempre

“Vimos diversos analistas, gestores e jornalistas dizer que o Cupom deveria se livrar das amarras da sinalização de cortes de 50 pontos bases por reunião, para permitir, eventualmente, acelerar o ritmo de cortes. Só que a aceleração do ritmo de cortes não combina com as expectativas que ainda não convergiram para a meta. Temos visto uma revisão até significativa das expectativas de inflação para 2023, e, no entanto, isso não se transmitiu para 2024.”

“O Brasil foi fazendo o seu dever de casa, pelo menos na parte monetária, de forma correta. O país não mudou de estratégia quando as taxas de juros no mundo começaram a subir e está se mantendo firme também agora que o mundo vai em outra direção. O mercado pode mudar de posição todo dia, até várias vezes por dia, mas política monetária tem que ser consistente. Devagar e sempre.”

Gino Olivares, Azimut Brasil


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