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O que o mercado pensa do erro no balanço do Magalu
Após queda de 10% no início da semana, ações da varejista ganharam 24,4% na quinta-feira (16)
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A semana está sendo de fortes emoções para o investidor do Magazine Luiza.

Na noite de segunda-feira (13), junto com a divulgação do balanço do terceiro trimestre do ano, a empresa informou ter identificado erros em lançamentos contábeis que somaram quase R$ 830 milhões. Segundo um comunicado público, estava incorreta a forma como eram incluídas no balanço as chamadas “bonificações em determinadas transações comerciais”. Em resposta, as ações da varejista despencaram 9,7% logo após a abertura do pregão da Bolsa de Valores brasileira na terça (14). Veio o feriado na quarta (15), e, nesta quinta, os papeis dispararam 24,4%.

Afinal, o que o mercado está pensando agora sobre o Magalu? As principais análises neste momento são:

Os “erros contábeis” do Magalu são diferentes dos das Lojas Americanas

A forte reação negativa das ações do Magalu na segunda (13) se explica principalmente pelo temor de que se tratasse de um problema semelhante ao que tiveram as Lojas Americanas. As Lojas Americanas, que divulgaram seu balanço nesta quinta (16), disseram com todas as letras que sofreram uma fraude por parte da administração anterior. No caso do Magalu, após o susto inicial, a conclusão é de que de fato aconteceu um erro. “O caso da questão contábil do Magalu não parece ser problemático para a frente. Como diria Wando, o que passou, passou, e o que virá, virá”, diz Felipe Pontes, sócio da gestora L4 Capital. Isso não significa que o caso não terá nenhuma consequência, porém. “O que passou gerou bônus a executivos que foram pagos com base em lucros fictícios. E aí? O minoritário vai bancar isso mesmo ou vai receber de volta?”, questiona Pontes. Segundo os seus cálculos, apenas em 2022, os seis diretores estatutários da companhia receberam cerca de R$ 5 milhões em participação nos resultados da varejista que estavam inflados.

Atualização: O Magalu contesta essas afirmações. Segundo a sua assessoria de imprensa, a varejista teve prejuízos ao longo de 2022. “Além disso, a apuração da denúncia, aprovada por auditoria, descartou quaisquer bônus pago a executivos por conta de tais bonificações”, disse a assessoria em mensagem à Capital Aberto.

A melhora financeira e operacional exibida no balanço é mais importante

A receita líquida do Magalu no terceiro trimestre deste ano ficou em R$ 8,6 bilhões, o que significa uma queda de 2,6% na comparação com o mesmo período do ano anterior e de 0,1% ante o segundo trimestre de 2023. Em relação à projeção média do mercado, segundo pesquisa da Bloomberg, ficou apenas 1,5% abaixo. O Ebitda (ganhos antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou R$ 487,5 milhões, com uma queda de 0,7% ano a ano, 3% trimestre a trimestre, e 7,8% abaixo do consenso de mercado segundo a Bloomberg. A relação dívida líquida/Ebitda caiu para 1,9x das 3,6x no terceiro trimestre de 2022 e de 2,2x no segundo trimestre deste ano. “Sem dúvida, em termos trimestrais, este foi um resultado forte para a companhia. Em nossas análises, sempre pontuamos o fato de que Magalu girava com uma margem muito inferior em relação ao seu principal concorrente, as Casas Bahia (BHIA3) – que, em “tempos áureos” mantinha uma rentabilidade acima de 30%. Porém, nos últimos trimestres, enquanto o concorrente vem enfrentando uma pesada reestruturação, com
saldão de estoques e forte queda de rentabilidade, o Magazine Luiza caminha na direção contrária:
capturando crescimento no marketplace e trazendo rentabilidade para dentro do grupo”, diz Iago Souza, analista do setor de varejo da Genial Investimentos.

Tudo considerado, a visão que prevalece é de cautela

“Enxergamos uma boa evolução de margens, um bom ritmo de crescimento no segmento 3P e queda sequencial na alavancagem financeira. Contudo, seguimos cautelosos em relação à retomada do consumo discricionário e aguardamos um melhor entendimento sobre a mitigação dos riscos associados a novas reclassificações contábeis e aos controles estabelecidos para as verbas de fornecedores. Mantemos recomendação neutra”, disse Carlos Soares, analista da gestora Mirae Asset Wealth Management.

“Os resultados do terceiro trimestre reforçam nossa visão cautelosa sobre o Magalu, especialmente no que diz respeito à dinâmica do fluxo de caixa – porque a queima de caixa continua sendo uma preocupação –, daí nossa recomendação neutra para o papel”, disse Vitor Pini, analista do Banco Safra.


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