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Desafios das Casas Bahia estendem o inverno do varejo brasileiro
Após captação decepcionante, destino da rede pode ser decidido por investidores de CRIs nesta semana
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A queda dos juros no Brasil após dois anos de elevação e a perspectiva de aceleração do crescimento econômico no país vêm alimentando apostas de que a crise do varejo nacional poderia estar perto do fim. Mas as crescentes dificuldades enfrentadas pelas Casas Bahia, nome emblemático do setor, estão desencorajando os investidores mais otimistas.

Na semana passada, a rede de lojas fundada na Grande São Paulo em 1950 pelo imigrante polonês Samuel Klein deixou de se chamar Via para resgatar o nome original, em uma tentativa simbólica de relembrar os bons tempos. Não funcionou.

Sua oferta subsequente de ações (follow-on) para levantar recursos e reduzir o endividamento decepcionou. A Casas Bahia vendeu novas ações a R$ 0,80 cada na quarta-feira (13/09), o que significou um desconto de 28% em relação ao preço de fechamento do papel na Bolsa de Valores brasileira, a B3, naquela data. Em vez de levantar R$ 1,1 bilhão, a rede conseguiu apenas R$ 623 milhões. Nos dois pregões seguintes, perdeu cerca de 36% do valor de mercado, com a ação recuando para R$ 0,76 conforme os investidores vendiam os papeis para fazer o preço convergir para o auferido na oferta subsequente.

A preocupação com a capacidade da Casas Bahia honrar seus compromissos financeiros só faz aumentar. Na quarta, mesmo dia do fechamento da oferta, a agência de classificação de risco S&P rebaixou de brAA– para brA-. Com esse rebaixamento, os investidores que detêm R$ 420 milhões em CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) da rede emitidos em 2022 poderiam pedir a liquidação antecipada dessa dívida.

Embora essa seja uma possibilidade remota, segundo analistas de crédito, o número de investidores no mercado de ações apostando que a Casas Bahia pode entrar em recuperação como a Lojas Americanas, outro gigante do varejo, está crescendo. O aluguel de papeis da rede da família Klein saltou de 381 milhões em 13 de setembro para 392 milhões no dia 14, de acordo com levantamento da gestora L4 Capital. “A interpretação é que o pessoal acha que a empresa quebrará, ou pelo menos entrar em recuperação judicial. A situação financeira da empresa é muito delicada e essa captação pode não ser suficiente”, diz Felipe Pontes, sócio-fundador da L4. Tampouco uma surpresa positiva está descartada. Um grande grupo interessado na capilaridade que as lojas físicas da Casas Bahia proporciona no Brasil poderia tentar comprar a rede, por exemplo.

Nos próximos dias, todas as atenções estão voltadas ao desdobramento dessa situação, que pode aumentar ou reduzir ainda mais a confiança do mercado financeiro em todo o setor de comércio.


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