No início deste ano, a notícia da aparente fraude no balanço das Lojas Americanas acendeu um alerta sobre a situação das empresas do setor de varejo no país. A preocupação foi reforçada, ao longo dos meses, pela crise da rede de lojas de móveis Tok&Stok, a falência das livrarias Cultura e Saraiva, e a desvalorização de gigantes como Magazine Luiza e Renner na Bolsa de Valores. Quando a taxa Selic começou a cair, em agosto, o mercado financeiro ficou aliviado – a redução dos juros tanto beneficia as próprias empresas, que sofrem menos com o peso de suas dívidas, quanto os consumidores, os quais podem comprar mais a prazo. Mas a notícia desta semana de que a operadora das marcas premium Starbucks Coffee – rede de cafeterias –, Subway – lanchonetes –, Eataly – empório de alimentos – e TGI Friday’s – restaurantes –, a gestora de private equity SouthRock Capital, havia pedido recuperação judicial fez os investidores no mercado financeiro voltarem a se inquietar com as perspectivas para o comércio.
Passados três dias do pedido, detalhes da situação financeira da SouthRock estão alimentando ponderações de que o problema pode ser mais da administração desses negócios em si do que do setor.
A gestora explicou que suas dívidas são de cerca de R$ 1,8 bilhão. A pandemia de Covid-19, a inflação e os juros elevados também afetaram as operações no Brasil, segundo comunicado da SouthRock. Assim, vai fazer uma reestruturação dos negócios, com revisão do número de lojas, do calendário de novas aberturas, do tamanho do quadro de funcionários, além de renegociar com fornecedores.
Tais medidas estão atrasadas, na opinião do especialista e estrategista em finanças Julio Damião. “O problema foi priorizar o faturamento e a escala em detrimento da geração de caixa e do lucro. Por que não diminuiu lojas, fez ajustes na estrutura e priorizou produtos com maiores margens (enquanto havia tempo)?”, questiona o executivo.
Nesse cenário, a Starbucks Coffee International Inc. solicitou o encerramento do vínculo com a SouthRock, que desde 2018 tinha a licença para operar as lojas da marca no Brasil, o que deve dar início a uma batalha.
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