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Como os mercados podem contribuir com a luta contra o racismo
Diretora do Baobá, fundo de fomento à equidade racial, explica importância da mobilização de empresas e investidores
  • Beatriz Quesada
  • junho 5, 2020
  • Bolsas e conjuntura, Relevo
  • . diversidade, filantropia, racismo
racismo

Selma Moreira | Imagem: Divulgação

Os Estados Unidos enfrentam há 11 dias uma disseminação histórica de protestos contra o racismo, um caldeirão de insatisfação popular que não era visto no país desde as lutas pelos direitos civis nos anos 1960.   

A partir de 25 de maio, data do brutal assassinato de George Floyd na cidade de Mineapolis — em ação policial filmada que logo viralizou nas redes sociais —, milhares de pessoas saem diariamente às ruas de muitas dezenas de cidades americanas para exigir o fim da violência estatal contra a população negra. 

E tudo em meio à pandemia de covid-19. Floyd, por sinal, foi um dos milhões de cidadãos americanos afetados pela paralisação da economia decorrente da doença.  

Inicialmente localizado na cidade mais populosa do estado de Minnesota, o movimento rapidamente atingiu grandes proporções e atravessou limites, divisas e fronteiras. Houve grandes protestos de rua em Londres e em Paris e outras ações menores ao redor do mundo.   

Mesmo sem um comando central, os manifestantes exigem de maneira unificada uma mudança do status quo no que se refere ao tratamento desigual destinado à população negra.  

Num mundo bastante sensibilizado pelos efeitos nefastos da pandemia, o recado parece ter alcançado Wall Street. Não por acaso, nos últimos dias houve uma profusão de declarações de CEOs e investidores relevantes contra o racismo, como Tim Cook (Apple) e Mark Zuckerberg (Facebook).  

“O que acontece hoje nos Estados Unidos é um sinal de que não é possível fazer negócios como antes, com o mundo inteiro olhando para essa temática e clamando por mais justiça racial”, afirma Selma Moreira, diretora-executiva do fundo filantrópico Baobá.  

Na avaliação dela, o racismo é pauta antiga nos mercados financeiros e de capitais, embora a visibilidade da causa hoje seja inédita. O Baobá foi fundado em 2011 e, passados quase dez anos, ainda é o único fundo filantrópico dedicado exclusivamente à defesa da equidade racial no Brasil.   

Por meio de editais e apoios direcionais, o Baobá investe em organizações e lideranças negras, comprometidas com o enfrentamento ao racismo e com a promoção da equidade e da justiça social.  

Nesta conversa com a CAPITAL ABERTO, a executiva fala sobre os caminhos que os líderes empresariais e decisores no Brasil podem seguir para se engajar na luta antirracista impulsionada pelo caso de George Floyd.  

Primeiro passo contra o racismo

Para começar, as empresas precisam trabalhar em processos de formação para negros e adotar ações inclusivas dentro do próprio negócio. Já os investidores devem apostar em empresas que assumam essa postura. Esse é o primeiro passo para a criação de um círculo virtuoso contra o racismo no mundo corporativo.  

Incentivos à diversidade racial 

O mercado precisa adotar um papel de incentivador. No início deste ano, por exemplo, o banco americano Goldman Sachs anunciou que só vai estruturar aberturas de capital de companhias com ao menos uma mulher no conselho de administração. Esse é um exemplo de condicionante que poderia funcionar também para estimular a diversidade racial. Já existem iniciativas importantes na questão de gênero, mas ainda não há nada voltado para a equidade de raças.   

Faltam negros no topo 

Já está claro que uma equipe mais diversa gera resultados melhores, mas não basta contratar pessoas negras. É necessário investir em capacitação para que elas cheguem ao alto escalão. Atualmente, os negros estão em menos de 5% dos cargos executivos e dos conselhos de administração das empresas brasileiras, enquanto pretos e pardos representam 54% da população total do País. Por isso o processo de desenvolvimento é fundamental. Para chegar até uma vaga de conselho, um profissional negro precisa ter tido a capacitação necessária e a oportunidade para assumir papéis de liderança, em gerências e diretorias, por exemplo.  

Empreendedorismo negro 

É importante também apoiar iniciativas de empreendedores negros, via investimento social ou filantropia. Isso porque uma das maiores dificuldades desse grupo é justamente ter acesso a crédito. Recebo relatos de empreendedores que têm o acesso a capital dificultado simplesmente por causa da cor de sua pele. Sem opções, muitos acabam optando pelo crédito para pessoa física para desenvolver o negócio, o que encarece muito o processo.   

Iniciativas 

Existem iniciativas interessantes de fomento, como o Coletivo ÉdiTodos. Ele é focado em empreendedorismo negro e reúne diversas organizações que trabalham para alcançar a inclusão, como AfroBusiness, Agência Solano Trindade, Pretahub, FA.VELA, Instituto Afrolatinas e Vale do Dendê.   

Contratação de fornecedores 

Outra opção para as empresas contribuírem com esse processo está na contratação de fornecedores negros, na inclusão da população negra na cadeia de suplementos. É importante que empresas e investidores mantenham sempre no radar a criação de oportunidades para pessoas negras dentro de cada cadeia do negócio.  

Consequências 

Se os mercados continuarem a fazer negócios sem incluir pessoas negras, alimentarão um sistema perverso que aumenta a desigualdade e cria bolsões de miséria. Isso ficou muito claro com a pandemia, já que a covid-19 se mostra mais letal entre pretos e pardos.  

Oportunidade e dívida 

Estamos vivendo um momento terrível de crise humanitária, mas, ao mesmo tempo, essa ebulição contra o racismo pode ser uma janela única em nossa geração para repensarmos o sistema como um todo. Não é possível esperar que questões da complexidade do racismo sejam resolvidas naturalmente; se isso fosse possível já teria ocorrido. O Brasil tem uma dívida com os negros — e desde a escravidão ela não foi paga. 


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