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Desafio à lógica
As surpresas que vêm depois das eleições
  • Carlos Augusto Junqueira de Siqueira
  • outubro 11, 2018
  • Bolsas e conjuntura, Crônica
  • . eleições 2018, JK, FHC, Tancredo Neves, Política, Getúlio Vargas, Lula
surpresa nas eleições

Ilustração: Rodrigo Auada

A democracia à inglesa, de representação indireta, completa 329 anos, acuada em todas as latitudes. Exageraram na dose e a conta chegou — o eleitor troca os políticos tradicionais pelos outsiders ou extremistas.

Gabriel García Márquez gostava de citar seu amigo Sérgio Ramirez, que definia a eleição como o álibi da democracia. É, pode ser, mas a gente vai tentando, mediante o livre exercício do voto obrigatório que, no entanto, deixa de ser meio de escolha para tornar-se instrumento de protesto. Como aconteceu nas votações consagradoras do rinoceronte Cacareco e do macaco Tião.

Comparecemos às urnas, em eleição apontada como imprevisível. Nem tanto. Conforme os hábitos nacionais, mais frequentes são as surpresas que vêm depois.

No varejo ou no atacado, elas fazem parte dos costumes. No período ditatorial de Getúlio Vargas, nenhuma peça de Nelson Rodrigues foi proibida. Pois no governo redemocratizante do general Dutra, por sinal eleito com votos transferidos por Vargas, o dramaturgo foi censurado.

Ainda no governo Dutra, a Constituinte produziu a Carta mais liberal da nossa história. No entanto, logo depois o PCB e a jogatina foram interditados. Não que tivessem afinidades ideológicas, muito pelo contrário, mas jogadores e comunistas curtiram suas respectivas surpresas. Apesar disso, os dois grupos permaneceram ativos em todo o território nacional.

A proibição do jogo é atribuída a dona Santinha, esposa de Dutra e católica fervorosa. Sem desmentir a versão, não custa lembrar que os proprietários dos cassinos também eram fervorosos financiadores de candidatos getulistas.

Em 1955, o udenista Carlos Lacerda alardeava que o pessedista Juscelino Kubitschek não seria candidato; se candidato, não seria eleito; se eleito, não tomaria posse. Pois JK, com vitória sem susto nas urnas, governou em alto astral e, de quebra, construiu uma nova capital.

Em 1960, a UDN, que não vencia as eleições presidenciais — e, por isso, dedicava-se às conspirações como quem promove delicados saraus regados a sonetos oitocentistas —, pendurou-se na candidatura Jânio Quadros (a recíproca não era verdadeira), que se elegeu folgadamente. A surpresa veio sete meses depois, com a renúncia, rescendendo a bafo de golpe e paralisando o País.

Eleito indiretamente, Tancredo Neves não tomou posse e a nação entrou em choque. O vice José Sarney assumiu e, em seu governo, foi idealizada a AGU, enquanto a ilha de Fernando de Noronha, transformada em zona de preservação ambiental, escapou das betoneiras. Não deixa de ser surpreendente para um período que não tem tido qualquer refresco nas retrospectivas.

Fernando Collor ganhou a eleição como caçador de marajás, se empolgou e confiscou toda a população. Na sequência, tropeçou e sofreu o impeachment.

O mercado vibrou com a eleição de Fernando Henrique, mas a bolsa, indiferente ao entusiasmo, andou de lado. Lula da Silva o sucedeu e, contrariando as expectativas, a bolsa viveu anos de euforia.

A política desafia as relações de causa e efeito, por mais lógicas que sejam. E talvez acabe surpreendida por não perceber (ou fingir) que o desencanto agora tem outras causas.

Apertem os cintos. Criada na Grécia antiga, a democracia se vê cercada pelas eleições — sua pedra de toque ou seu álibi —, feito um carrossel de cavalinhos de Troia.


Carlos Augusto Junqueira de Siqueira, advogado, é autor da seção “Crônica”, publicada a cada dois meses na Capital Aberto


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