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EUA x China: o que está em jogo na guerra fria entre os dois gigantes
Para especialistas consultados, o principal embate entre os países, além das eleições presidenciais americanas, é a corrida tecnológica
EUA, EUA x China: o que está em jogo na guerra fria entre os dois gigantes, Capital Aberto

Estados Unidos e China, que travam uma batalha de anos na economia global, ganhou um novo capítulo após o presidente Joe Biden anunciar novas tarifas contra o gigante asiático, uma medida considerada de proteção à economia americana, com o objetivo de atrair trabalhadores da classe operária e reforçar a indústria local.

Depois da iniciativa, foi a vez do ex-presidente Donald Trump contra-atacar o rival na corrida presidencial à Casa Branca, afirmando que, caso eleito, vai colocar uma tarifa de 200% sobre veículos elétricos vindos da China.

Importante ressaltar que China e EUA apresentam um longo histórico de tensões diplomáticas e disputas comerciais, que se acirraram a partir da ascensão econômica da China e da potencial ameaça à hegemonia econômica americana.

Há seis meses das eleições presidenciais, Biden lançou uma série de medidas protecionistas. Entre elas, quadruplicou a tarifa de importação de veículos, triplicou a de bateiras de lítio e dobrou dos painéis solares. A expectativa é que tarifas possam alcançar US$ 18 bilhões em produtos chineses.

O que medidas como essas significam para a economia mundial? Para especialistas consultados pela Capital Aberto, a resposta não é única e tem dois motivos, embora um seja pontual. O primeiro são as eleições presidenciais, que acontecem em novembro, e o segundo, o mais importante, é a guerra tecnológica envolvendo as duas maiores potências mundiais.

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O tema tecnológico, inclusive, deve ser o principal motivo de discórdia entre China e EUA daqui para frente, uma vez que o país asiático tem o “poder na mão” quando o assunto é a corrida pela Inteligência Artificial (AI, na sigla em inglês), com a produção de chips e microchips, enquanto a maior economia do mundo tem alta dependência chinesa nesse assunto. 

“As relações entre China e EUA continuarão marcadas por imposições de tarifas sobre produtos importados, barreiras comerciais e até acusações de espionagem. Além destes conflitos, está em jogo o protagonismo da economia global nas próximas décadas, principalmente em termos de tecnologia, incluindo militar, inteligência artificial, 5G, entre outras”, conta o economista-chefe da Planner Investimentos, Ricardo Martins.

A disputa entre os países não é nova e pode se acirrar ainda mais caso Trump volte ao poder, segundo o coordenador da Comissão de Economia da APIMEC Brasil, Alvaro Bandeira. Para ele, existe certo protecionismo comercial no pós-pandemia de Covid-19 por diferentes países e isso acaba quase sempre esbarrando na China e no subsídio que Pequim dá para alguns produtos.

“Situação recente, por exemplo, mostra a inundação de produtos siderúrgicos, não só no Brasil. Parece claro que tal protecionismo interfere na expansão da economia global, com ramificações na produtividade, no desenvolvimento de pesquisas, inclusive pesquisas de inteligência artificial e acaba mexendo com processos inflacionários”, analisa Bandeira.

Além das medidas de proteção anunciadas na semana passada, a guerra comercial mais recente entre EUA e China é datada de 2018, quando Trump anunciou a taxação sobre produtos chineses importados no valor de US$ 300 bilhões. Como justificativa há época, o ex-presidente americano afirmou que o governo chinês se recusa a dar um tratamento recíproco a empresas americanas.

A espionagem é outro tema de constante reclamação por parte dos EUA, principalmente de empresas chinesas do setor de telecomunicações como a Huwaei, uma das pioneiras da tecnologia 5G.

No entanto, com um embate que parece não ter fim, a economista-chefe da B.Side Investimentos, Helena Veronese, não acredita em retaliação por parte de Pequim contra os EUA, pelo menos, por enquanto. “Há uma guerra de barreias comerciais, que no fundo a gente sabe que o foco são os chips. A China tem o poder que são os chips e os microchips, e os EUA a dependência de tudo isso.”

Os esforços do governo para fazer a China crescer

Em função do baixo crescimento econômico nos últimos anos, o governo de Pequim lançou na semana passada um pacote que visa estimular o setor imobiliário, um dos propulsores da economia local. Entre as medidas, o banco central chinês (Pboc) anunciou a flexibilização das regras hipotecárias, além de facilitar US$ 138 bilhões em financiamento extra.

“Desde o ano passado, o crescimento chinês é um pouco decepcionante. Ela (China) demorou muito para abrir depois da pandemia, por isso, o país foi um dos que mais sofreram as consequências da Covid-19”, afirma Veronese.

Na visão da economista-chefe da B.Side Investimentos, o consumo interno, uma dos grandes motores da China, é muito tímido, inclusive, com descrença dos próprios consumidores e o desemprego crescente na população mais jovem, que acaba afetando muito o setor.

Leia mais: Vale dispara após medidas para estimular setor imobiliário chinês

“Demoramos para ver a reação do governo chinês. O pacote (anunciado) é relevante. Agora, a dúvida que fica é, o crescimento será via consumo interno ou infraestrutura? Vai ser sustentável no longo prazo?”, indaga Veronese.

Apesar das desconfianças, a economista acredita que muitas das medidas anunciadas pela China é para ter uma resposta imediata, já que as inciativas são para incentivar a indústria e o setor de serviços.


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