Neste mês de setembro, a Capital Aberto completa três anos. E com o orgulho de não tê-lo feito em quaisquer três anos. Trata-se de um capítulo à parte na história do mercado de capitais brasileiro, consagrado por dar início a uma realidade completamente nova, muito mais consistente, promissora e moderna que a experimentada até então.

De 2003 para cá, assistimos ao sucesso do Novo Mercado, à tão esperada retomada dos IPOs, ao crescimento dos investidores pessoas físicas na bolsa de valores e ao desembarque de investidores estrangeiros muito mais confiantes no Brasil. Também mereceram destaque o aperfeiçoamento do ambiente regulatório pela CVM, o aumento da fiscalização e, claro, a pulverização do controle de algumas companhias, com o surgimento das primeiras “corporations” brasileiras.

Com tantas novidades, este não poderia ter deixado de ser um período rico também para os profissionais que se dedicam ao mercado de capitais. E, principalmente, para fazer despontar novos talentos ou consolidar aqueles já conhecidos. Pensando nisso, decidimos comemorar o aniversário da Capital Aberto trazendo histórias de pessoas que, aos olhos do próprio mercado, revelaram-se de forma especial nesses anos de valiosas conquistas. Para a escolha desses homenageados, contamos com a gentil colaboração de um time de jurados formado por 21 dos maiores e mais respeitados investidores institucionais do País (veja a ilustração).

Pedimos a eles que mencionassem três nomes em cada uma das dez categorias apresentadas: conselheiro de administração, diretor de Relações com Investidores (RI), advogado, CEO, banqueiro de investimentos, gestor de recursos independente, gestor de recursos ligado a banco, analista sell side, acadêmico e institucional (profissional vinculado a entidades do mercado, bolsa de valores ou órgão regulador). A escolha foi espontânea, isto é, cada jurado apresentou suas indicações sem que houvesse nenhuma sugestão prévia. Em alguns casos, o vencedor ficou claro logo na primeira votação. Em outros, as indicações foram mais dispersas, e por isso fizemos uma segunda rodada, apenas com os nomes mais citados, para que o resultado final tivesse a representatividade esperada. Como regra, ficou estabelecido que ninguém poderia votar em si próprio ou escolher um profissional que trabalhasse para a sua empresa ou instituição. Terminada a contagem dos votos, iniciamos a maratona de entrevistas com os eleitos.

A todos fizemos a proposta de uma conversa um pouco diferente. Desta vez não perguntaríamos sobre os resultados de suas empresas, suas recomendações de investimento ou opiniões sobre determinada manchete dos jornais. Nosso foco seria a vida por trás de suas agendas, as histórias que deixaram fortes lembranças em suas carreiras e aqueles detalhes únicos e saborosos que, de uma ou outra forma, contribuíram para o prestígio e o reconhecimento agora conquistados.

Foram dez os eleitos por nosso júri. Infelizmente um deles — Martín Escobari, do Submarino, destacado como a revelação dos últimos três anos entre os profissionais de RI — não participa deste especial. Segundo sua assessoria de imprensa, ele não pôde nos conceder a entrevista por conta da política interna da companhia, que não o permite falar de sua vida pessoal. Mas os outros nove aceitaram nosso convite com a mesma disposição que tocam o dia-a-dia de seus departamentos. E reservaram uma ou duas horas de seu corrido tempo para nos presentear com as curiosas histórias que vocês conferem a seguir.