Com lançamento previ s to ainda para este ano, a primeira debênture cuja correção será atrelada à medida oficial de inflação, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), está em fase final de formatação pelo BNDESPar — a subsidiária de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A preferência crescente dos investidores por papéis indexados ao IPCA acompanha o aumento na procura por títulos públicos com essa característica. E o motivo é simples: a expectativa de retorno dos papéis remunerados pelo IPCA é maior do que a de outros índices, como a taxa de Depósito Interbancário (DI), a principal referência do mercado para aplicações financeiras. A taxa DI é hoje adotada por 86% das debêntures que constam do estoque do Sistema Nacional de Debêntures. Com a continuidade de redução na taxa básica de juros (Selic), essa expectativa de maiores retornos para títulos vinculados ao IPCA deve se intensificar. As médias projetadas pelo mercado financeiro, apresentadas no relatório elaborado pelo Banco Central divulgado na última semana de agosto, revisavam as perspectivas para o IPCA acumulado em 12 meses de 4,48% para 4,51%.

A iniciativa do BNDESPar faz parte de uma nova política de captação de recursos a ser implementada pelo banco. O objetivo é estimular a migração das captações externas para o mercado local como forma de evitar os riscos representados pela correção cambial, que tendem a reduzir a atratividade dos financiamentos corrigidos por cestas de moedas.