Criado em 1995 como um mercado alternativo, destinado a empresas de médio porte ou em estágio inicial de atuação, o Alternative Investment Market (AIM) da Bolsa de Londres (LSE) tem um posicionamento semelhante ao do segmento de listagem que se tenta criar por aqui, o Bovespa Mais. Com custos menores que os do mercado principal e valor médio diário de negócios de 261,7 milhões de libras (R$ 1,06 bilhão), o AIM vem atraindo cada vez mais companhias estrangeiras interessadas em acessar esse mercado. Somando ele e o mercado regular, a LSE já concentra hoje o maior número de investidores institucionais do mundo e é a mais internacionalizada — batendo, inclusive, a Nyse, após o empurrão dado pelas listagens de empresas asiáticas e do leste europeu e pelas baixas nos EUAs decorrentes da SOX.

Em junho, das 37 ofertas públicas iniciais de ações (IPOs) realizadas, 11 eram de companhias de fora do Reino Unido. O grande destaque do mês foi para a estréia da primeira empresa de origem japonesa a ingressar no AIM, a Secure Design DDK, que fabrica dispositivos de segurança baseados em identificação de impressões digitais. Em 2005, 519 companhias ingressaram nesse mercado — um número que equivale a 52% do total de IPOs realizados na Europa —, levantando um total de 8,9 bilhões de libras (R$ 36,2 bilhões). O volume de ofertas deste ano é ligeiramente inferior ao do mesmo período no ano passado, mas o total captado é significativamente maior: 4,7 bilhões de libras (R$ 19,1 bilhões) versus 1,8 bilhão (R$ 7,3 bilhões).

Ao final do primeiro semestre, o mercado alternativo já contava com 337 estrangeiras, de 26 países, de um total de 2.438 companhias listadas. A Austrália detém a maior participação, de 16,7%, seguida pelo Canadá (15,6%) e pela Irlanda (13,7%). Em quarto lugar vêm as companhias norte-americanas, que já representam 12,6% do total de não-britânicas.