O movimento de queda nos preços das ações listadas na Bovespa, em curso desde meados de maio, trouxe de volta as operações de recompra. Companhias novatas como ABnote, CSU Cardsystems e Submarino, além de veteranas como Rossi, Vale do Rio Doce e Braskem, procuraram sinalizar ao mercado a sua confiança no potencial de alta dos papéis e conter a baixa nas cotações.

No caso da ABnote, a operação se deu ainda no período de oferta inicial. A companhia recomprou o lote adicional (conhecido como green shoe), depois de ver o preço de seus papéis despencar. O green shoe havia sido levado a mercado em virtude de uma demanda dez vezes superior à oferta, verificada no fim de abril, quando se encerrou o processo de formação de preço (bookbuilding).

Os efeitos das operações anunciadas variaram e apenas algumas companhias reverteram a tendência de queda. Foi o caso do Submarino: suas ações subiram 23,2% entre os dias 13 (anúncio da recompra) e 26 de junho. No mesmo período, o Ibovespa teve alta de 5,4%. A ABnote também recuperou parte das perdas (19,9% entre 15 de maio e 26 de junho). Após o anúncio da recompra, o papel apresentou alta de 12%. O mesmo não aconteceu para CSU Cardsystem, Rossi e Braskem, que tiveram desvalorização de, respectivamente, 14,8%, 7,6% e 19,8% entre o anúncio do programa e o dia 26.