As novatas da bolsa começaram o ano com boas notícias para os seus investidores. Em seus resultados do primeiro trimestre, as companhias que abriram o capital entre novembro do ano passado e a primeira semana de maio apresentaram um crescimento médio de 27,96% na receita líquida e de 67% na geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). A sucroalcooleira Cosan foi a que apresentou alguns dos maiores saltos. O aumento na receita líquida foi de 68,9% e no Ebitda, de 101%. A evolução de seus números se deve, principalmente, às duas aquisições de usinas — a Mundial e a Corona — realizadas após a oferta pública de ações (IPO). A despeito do resultado operacional, ela teve um prejuízo líquido de R$ 41,02 milhões, resultado dos custos envolvidos no processo de IPO, que somaram R$ 79,5 milhões. A incorporadora e construtora Company foi a que apresentou o maior aumento de Ebitda (128%). Suas vendas subiram 30% no primeiro trimestre e as projeções para o ano falam de um crescimento no valor geral de vendas de 169%.

Enquanto comemoravam os resultados do balanço, as novatas foram surpreendidas pela queda de suas cotações na bolsa. Com grande parte do capital em poder de estrangeiros, elas sofreram fortemente o impacto da crise provocada pelas suspeitas de alta na taxa de juros norte-americana. Na semana de 15 a 23 de maio, as ações da Gafisa acumulavam baixa de 20,7% e as da Cosan, 19,6% — as maiores quedas entre as recém-listadas. Para Pedro Bastos, diretor do Unibanco Asset Management, até que as empresas brasileiras não se saíram tão mal na crise. “O País negociou em linha com o México, que já tem grau de investimento”, afirma.