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Aposta forte
  • Ricardo Kauffman
  • dezembro 1, 2008
  • Especial, Relações com Investidores, Private Equity e Venture Capital, Reportagens, Edições, Temas
  • . CVM, investimentos, legislação societária, Private equity e venture capital, Fundos de pensão

A Fundação dos Economiários Federais (Funcef) é o terceiro maior fundo de pensão do País. Administra a previdência complementar dos funcionários da Caixa Econômica Federal, cujo patrimônio ativo ultrapassa R$ 33 bilhões, com 90 mil participantes. Atualmente, a Funcef é o fundo de pensão com a maior taxa de investimento em private equity do Brasil. Tem participação em 26 fundos do tipo, para os quais estão comprometidos R$ 2,2 bilhões, ou 6,6% do seu patrimônio, patamar comparável com as taxas praticadas em mercados internacionais, em que a indústria de private equity existe há várias décadas. Nesta entrevista à CAPITAL ABERTO, o presidente da entidade, Guilherme Lacerda, afirma que a conjuntura atual favorece o aumento de investimentos em PE, revela que ainda há resistência de alguns fundos de pensão a esse tipo de aplicação e critica gestores brasileiros refratários à presença de cotistas no comitê de investimentos.

CAPITAL ABERTO: Por que a Funcef tem uma participação bastante superior à média dos fundos de pensão brasileiros em private equity?
Guilherme Lacerda: Tomamos a frente de boa parte deste processo de expansão do segmento no Brasil, porque acreditamos que a indústria de PE tem de ser fomentada pelos fundos de pensão. É um mercado que, no mundo inteiro, se apresenta como uma grande opção de investimento no longo prazo, com alta rentabilidade — características que vão ao encontro dos interesses dos fundos.

De que forma estão distribuídas as aplicações da Funcef em PE?
Nós temos atualmente participação em 26 Fundos de Investimento em Participações (FIPs) de diferentes proporções. Dentre eles há fundos que investem numa empresa só, como o da JBS Friboi, do setor agropecuário, o da Magnesita (mineração) e o da ALL (logística). Temos até Fundos de Investimentos em Empresas Emergentes, os FMIEES, que são menores e mais diversificados.

Quais os setores que mais receberam recursos até agora e que resultados foram colhidos até aqui?
Dos R$ 2,2 bilhões que estão comprometidos com PE, R$ 1 bilhão foi integralizado até agora. Portanto, falta alocar R$ 1,2 bilhão. Do total comprometido, por volta da metade se destina a projetos de infra-estrutura. Portos, transporte e distribuição e energia. As áreas de álcool, biocombustíveis e saneamento básico também são importantes. A nossa carteira global acumula, de janeiro de 2003 a agosto de 2008, rentabilidade de 190%, ante a meta atuarial de 93% no período. Um ótimo resultado, portanto.

A Funcef faz questão de participar das decisões de investimentos dos fundos de PE? 
Certamente. No Brasil, ao contrário do que ocorre em muitos outros países, os cotistas são proativos. A atual crise global está acontecendo por conseqüência de problemas de governança corporativa, o que demonstra que nós estamos certos. Não somos adeptos de entregar recursos no escuro. A Funcef tem uma participação expressiva em todos os fundos dos quais participa, no mínimo de 20%. Precisamos estar completamente a par de tudo o que acontece. Por mais eficiente que seja, o gestor precisa criar canais interativos de avaliação constante com os cotistas. A tese segundo a qual os investimentos correm melhor quando administrados longe da efetiva presença do cotista está sendo derrotada pelos fatos, pela crise financeira.

Como o senhor avalia a eficiência dos gestores dos fundos de PE no Brasil?
Nós entendemos que os gestores dos fundos precisam fazer um esforço para aumentar a eficiência e ter melhores canais de comunicação e aferição com os cotistas. Eles são contratados a taxas altas, que variam entre 1,5% a 2% do capital comprometido. Muitas vezes o volume de despesas custeadas pelo gestor é incompatível com esse gasto, o que compromete parte da rentabilidade do fundo. Isso tem de ser mais discutido no Brasil. Além disso, tenho uma crítica aos gestores que são refratários à presença de cotistas no núcleo de decisões de investimento.

Se um cotista toma parte nas decisões de investimento de um fundo, ele também divide com o gestor a responsabilidade em caso de perdas?
Nós não podemos nos confundir e sermos confundidos com o gestor. A decisão de investimento é de sua responsabilidade, por natureza. É para isso que ele é contratado e bem pago. O cotista não tem responsabilidade sobre a decisão de investimento. Cada investidor não pode ter participação maior do que 25% no fundo e no comitê de investimentos. Então, não se pode passar nenhuma responsabilidade para o cotista. Agora, se vai dar lucro ou prejuízo, isso é do risco. Outra situação bem diferente ocorre se houver uma decisão de desrespeitar o regulamento do fundo. Neste caso, qualquer agente que assumir isso tem responsabilidade, inclusive o cotista.

Como o senhor vê o atual momento para os fundos de PE?
O segmento de private equity está vivendo um segundo momento de afluxo de investimentos. O primeiro foi na década de 90, com as privatizações. Estamos passando ainda por uma curva de aprendizado. Serão necessários mais alguns anos para que o setor consolide regras e regulamentos sólidos. No início da década atual, houve um período de forte declínio nesse setor, causado pelas dificuldades de a economia crescer e pela ocorrência de casos negativos no que diz respeito à relação de gestores e cotistas, principalmente na área de telefonia. A partir de 2004 é que a indústria voltou a deslanchar, à luz da resolução 391 da CVM, uma regulamentação própria para os FIPs. Os gestores foram reaparecendo, e os cotistas começaram a ver as oportunidades com bons olhos. Os fundos de que a Funcef participa atualmente, por exemplo, foram constituídos em 2004 e 2005. Mesmo assim, hoje ainda existe resistência aos PEs por parte de muitos fundos de pensão. Acho que isso deve mudar. Esses fundos, no Brasil, já apresentam boas taxas de rentabilidade, na média.

“A crise atual demonstra que estamos certos (quanto a participar do comitê de investimentos). Não somos adeptos de entregar recursos no escuro”

A Funcef tem novos negócios à vista?
A atual conjuntura oferece boas oportunidades de negócios, se levarmos em conta que os ativos baixaram muito de preço. Estamos examinando alguns novos fundos na área de reflorestamento e infra-estrutura, dentre outros.

O senhor acredita que há espaço no momento para que os fundos de pensão como um todo aumentem seus investimentos em PE?
Sim. Quando a crise se intensificou, houve uma mudança. O fluxo de capitais externos se extinguiu. Por outro lado, nós temos uma poupança interna significativa. Os fundos de pensão brasileiros possuem R$ 470 bilhões, que estão aplicados majoritariamente em renda fixa e títulos públicos. Com a retração dos mercados de capitais, houve um aumento da procura de negócios por meio de private equity no País. Eu acho que isso vai continuar e se intensificar. Agora, um fator determinante para que essa previsão se concretize é a taxa de juros. Se ela continuar acima de 8% em termos reais, isso vai inibir a expansão. Precisamos de uma tendência de baixa da Selic no médio e no longo prazo, mas parece existir ainda resistência a essa queda por parte de muitos agentes importantes.

A Funcef pretende elevar suas aplicações no segmento?
O nosso nível atual de participação em PE já é bastante significativo. O foco no momento é considerar as oportunidades de novos negócios relacionados aos fundos dos quais temos participação. Nosso objetivo maior é trabalhar na destinação dos recursos que estão comprometidos, mas que ainda não foram aportados. A política de investimentos da fundação é discutida todos os anos. Em tese, poderíamos saltar dos atuais 6,6% para 10% de patrimônio aplicado em private equity em 2009. Mas não vamos fazer isso de forma abrupta.

Como a Funcef está lidando com as perdas no mercado? E como este fator está influenciando a meta atuarial de 2008?
A nossa meta atuarial no ano passado ficou em 10,9%. Nós a superamos com folga e atingimos uma rentabilidade no período de 28,3%. Para 2008, a meta é de 5,5% mais a inflação medida pelo INPC. De fato, devido à crise, não será possível atingir a meta deste ano. Evidentemente, vamos registrar uma perda contábil alta na carteira de renda variável, que corresponde a 35% do patrimônio. Essa queda de rendimento será atenuada pela carteira de imóveis, em que temos R$ 2 bilhões aplicados. São cerca de 7% do patrimônio que devem render por volta de 20%. Outro fator atenuante é o rendimento dos títulos que acompanham a taxa de juros, muito generosa. E os papéis prefixados em índice de inflação, que também vão gerar resultados bem favoráveis. Esses ganhos não devem ser suficientes para compensar a desvalorização dos ativos no mercado de ações. No entanto, essa será uma perda apenas contábil, porque não vamos vender essas posições.


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