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A união faz a força

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1. É preciso participar

, A união faz a força, Capital AbertoTalvez você ainda esteja se perguntando: qual a vantagem de participar de um clube se pode comprar sozinho suas próprias ações na bolsa ou mesmo aplicar num fundo de investimento? Ora, uma das vantagens de fazer um investimento em conjunto está no fato de que o grupo de pessoas soma um volume maior de recursos, facilitando a construção de um portfólio mais diversificado e a compra de ações na bolsa por um preço melhor. Isso é visto, principalmente, nos casos em que o investidor quer comprar uma ação, mas o papel está agrupado num lote mínimo. Desse modo, seu valor se torna elevado quando a aplicação é feita individualmente. Conclusão: se você quiser incluir esse papel em sua carteira sozinho, vai precisar concentrar uma grande quantia do capital naquela única ação (comprando o lote inteiro) ou terá de pagar mais caro por um “pedaço” dela, no chamado mercado fracionário.

, A união faz a força, Capital AbertoSoma-se a isso o fato de que, num clube, você poderá compartilhar pontos de vista diferentes nas decisões de investimento. Avalie se não é mais eficiente pertencer a um grupo em que cada um se divide para estudar uma empresa ou um setor diferente e, no fim, apresenta aos colegas um relatório sobre o que apurou. Mesmo em situações em que o clube decide delegar à corretora de valores a tarefa de montar e gerir sua carteira, é esperado que seus participantes se envolvam com os acontecimentos do mercado e troquem idéias entre si.

2. A divisão das cotas

Por que o nome dado ao sócio de um clube de investimento é cotista? A resposta é simples: porque, para participar desse investimento, ele precisa comprar cotas desse clube. Uma cota corresponde a uma fração ideal estabelecida pelos próprios membros, cujo valor será resultante da divisão do patrimônio líquido do clube. Eis um exemplo: imagine que os sócios estipulem para o clube um número de cotas equivalente a 10 mil, cada uma custando R$ 1. Então, quem quiser investir R$ 500 vai conseguir comprar 500 cotas desse condomínio.

Mas saiba que o valor da cota varia de acordo com a rentabilidade da carteira do clube. Seguindo o exemplo acima, se as aplicações renderem 10% num certo período, o valor da cota acompanha, automaticamente, essa valorização — nesse caso, subindo para R$ 1,10. Portanto, para calcular quanto cada sócio possui em recursos, basta multiplicar a quantidade de cotas pelo valor da fração naquele dia. Quem tinha 500 cotas estará com um patrimônio de R$ 550 (500 X R$ 1,10). Por outro lado, se, após a valorização, esse mesmo participante fizer um outro aporte, de R$ 100, não conseguirá comprar mais 100 cotas do clube, e sim 90,909, pois o preço da fração subiu.

, A união faz a força, Capital AbertoObviamente, ninguém precisa se prender a esse tipo de conta para saber quanto tem aplicado no clube. Isso é um trabalho para a administradora, cuja obrigação é calcular o valor da cota todos os dias e divulgar o balanço consolidado da rentabilidade no fim de cada mês para todos os sócios. Para facilitar a conta e a compreensão do mecanismo de cotas, é aconselhável que o clube defina seu valor unitário em R$ 1. Todas as cotas são escriturais, o que significa que cada membro terá sua quantidade registrada numa conta individual pela administradora do clube.

3. Cenário dos clubes no Brasil

No Brasil, hoje, existem mais de 1.800 clubes, que, juntos, acumulam um patrimônio de R$ 12,8 bilhões dos seus cerca de 140 mil sócios, de acordo com os dados da Bovespa.

Unidos pela música (e pelas finanças)

A história do músico Helio Salema, 27 anos, é mais uma daquelas que jogam por terra a tese de que só quem entende de economia e finanças pode se arriscar a aplicar em ações. Salema é baterista e, ao lado de dois amigos também músicos, decidiu montar, em maio do ano passado, o Clube de Investimento Stratocaster — o nome faz referência ao modelo da guitarra usada por Jimi Hendrix na década de 60. Para essa turma, o fato de estarem pouco afinados com temas como balanços patrimoniais, oscilações dos índices e outros jargões do mercado não os impede de irem à bolsa de valores quando o objetivo é montar um pé-de-meia para o futuro. “Na nossa profissão, dificilmente encontramos um emprego com carteira assinada”, explica o baterista. “Daí a necessidade de planejarmos a aposentadoria por conta própria, a partir de um clube de investimento.”

Antes de formalizar o Stratocaster, Salema chegou a fazer cursos sobre como investir em ações no Instituto Nacional de Investidores (INI). Gostou tanto do resultado que conseguiu convencer os outros dois músicos a colocar R$ 500 para fundar o clube. Deu certo. O patrimônio líquido que começou com R$ 1.500, vindos de três sócios, hoje bate a casa dos R$ 90 mil, nas mãos de 25 cotistas. O entrosamento entre os sócios aconteceu de modo natural. Os três são amigos de longa data e fazem shows em casas noturnas do Rio de Janeiro. Já os demais participantes são colegas, namoradas e pessoas da família. É um clube fechado, logo só se torna membro do Stratocaster quem for convidado por eles. “É importante reunir pessoas que tenham um objetivo comum”, diz.

A escolha das ações que compõem a carteira de investimentos é feita pelos próprios músicos, e a tomada de decisões leva em conta as notícias publicadas na mídia, além dos relatórios preparados pela própria corretora contratada para administrar o clube. Mas não pense você que os músicos levam na flauta a tarefa de escolher o melhor ativo para comprar e vender na bolsa. “A gente estuda muito cada passo. Procuramos analisar todas as interpretações sobre um determinado fato. Tudo é discutido pessoalmente, por telefone ou até por e-mail. Por fim, chegamos juntos a uma decisão”, descreve. Quando algum curioso lhe pergunta se tamanho esforço está valendo a pena, o músico simplesmente exibe a rentabilidade da carteira nos primeiros 12 meses: 65%.


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