Bancos de desenvolvimento são instituições que propiciam apoio financeiro e orientação profissional para atividades de fomento econômico e social em países emergentes. À exceção do Banco Mundial, essas instituições são organizadas com foco regional ou sub-regional. Dentre aqueles relevantes para a América Latina destaca-se o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Os bancos de desenvolvimento atuam no setor privado por meio de variadas modalidades de financiamento, garantia e investimento. Para identificar e entender os fatores de atração de recursos desses bancos, é fundamental compreender que eles valorizam, na avaliação de projetos, tanto o impacto no desenvolvimento econômico e social do país, como o potencial de retorno. Essas instituições têm por princípio avaliar seus financiamentos ou investimentos de acordo com o mercado e compartilhar os riscos com seus parceiros.
Existem alguns fatores de atração comuns a quase todos os bancos de desenvolvimento:
Sustentabilidade: Há usualmente um rigoroso escrutínio da empresa e do projeto para verificar se são atendidos padrões mínimos de sustentabilidade social, ambiental e econômica. Na esfera ambiental, é recomendável, dependendo do projeto, que se realize previamente estudo de impacto ambiental a ser conduzido por consultoria independente. No âmbito social, qualquer indicação de impacto desfavorável do projeto para comunidade local ou suspeita de trabalho escravo é fatal para o projeto. Por fim, no campo econômico, a adoção de um plano de negócios de longo prazo, que seja consistente, constitui um bom indicador de sustentabilidade econômica.
Compliance: Internacionalmente, sobretudo em virtude de escândalos e crises financeiras ocorridos nos últimos anos, é crescente a preocupação com a observância da lei e de princípios éticos e o combate à corrupção. Como resposta a essa tendência, tem se tornado frequente a implantação de programas de compliance pelas empresas e sua adoção como fator de avaliação pelos bancos.
Governança corporativa e transparência: Os bancos de desenvolvimento reconhecem e promovem regras de transparência na gestão das empresas como um princípio de boa governança. A divulgação pública de informações sobre políticas, projetos e resultados é considerada aspecto central dessa transparência. Portanto, recomenda-se que a empresa submeta suas regras de governança a uma revisão técnica e desenvolva um programa de governança corporativa pautado por esses e outros princípios reconhecidos internacionalmente como essenciais a uma boa governança.
Setor de atividade — prioridades do banco: Vários bancos de desenvolvimento costumam fixar as áreas de atuação prioritárias para o período (usualmente de um ano). Nesses casos, priorizam ou somente consideram projetos pertinentes a essas áreas.
Setor de atividade — marco regulatório estável e transparente: A existência de marco regulatório estável e transparente é tão importante para o banco quanto o fato de o segmento do projeto estar dentre suas prioridades para o período. Esse é obviamente um fator que está fora do controle do empresário, mas infelizmente pode ser determinante no sucesso de seu pleito perante o banco.
Muitos dos aspectos acima apontados podem ser identificados e ajustados mediante a realização prévia de uma auditoria jurídica ou técnica, conforme o caso, seguida de um programa objetivo de ajustes. Os bancos de desenvolvimento possuem os recursos e têm como meta disponibilizá-los para projetos em países em desenvolvimento. Eles precisam apenas que algumas regras e princípios fundamentais sejam atendidos.
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