O varejo brasileiro, que enfrenta sérias dificuldades nos últimos anos, teve uma notícia para lá de importante nesta segunda-feira (24). A Magazine Luiza, maior varejista brasileira de bens duráveis, anunciou um acordo com a AliExpress, no qual ambas as empresas vão vender produtos em suas plataformas de marketplaces.
A iniciativa fez os papéis ordinários da companhia brasileira subiram mais de 12% na B3, a R$ 12,16. Na visão de analistas consultados pela Capital Aberto, a iniciativa é positiva para a Magalu, já que vai permitir um maior alcance da empresa em categorias cross-border de cauda longa, possibilitando um novo canal de venda.
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Em troca, o AliExpress comercializará os seus produtos da linha “choice” – serviço de compras premium -, totalmente complementar às categorias oferecidas hoje pela Magalu. “Fizemos uma rápida verificação de preços em uma amostra limitada de SKUs e chegamos à conclusão de que as ofertas de cauda longa do AliExpress são de fato mais atraentes do que as da MGLU, com preços médios 10% mais baixos, já levando em conta os custos de frete e o imposto de importação”, afirmam Danniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Sumer, analistas da XP.
Embora reconheçam à iniciativa como positiva, os analistas da corretora destacam no relatório que o anúncio sinaliza que o cenário competitivo e as perspectivas de crescimento dos marketplaces estrangeiros estão mais desafiadores no país, com a consolidação sendo um movimento para lidar com o imposto de importação recentemente aprovado no Congresso e a chegada da Temu, plataforma chinesa de varejo.
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Para a Genial Investimentos, que atualizou o preço-alvo em 12 meses para R$ 19,50, mas manteve a recomendação de compra, o acordo entre as duas nada mais é do que um ganha-ganha, já que o dropshipping deve retroalimentar a cadeia de produto e fluxo de venda.
“Magalu será remunerada por um percentual do produto vendido, chamado de take-rate. Entendemos que neste ponto, o AliExpress arcará com toda a operação logística. Dessa forma, a Magazine Luiza não dispenderá de custo logístico, o que traz um unit economic positivo para a varejista nacional, uma vez que toda receita comissionada é convertida em lucro operacional”, explicam Iago Souza e Nina Mirazon, analistas da Genial, em relatório.
Além de todo o aparato operacional, a união entre as gigantes podem sacudir o varejo brasileiro de forma geral, uma vez que a parceria tem potencial de elevar a competitividade do canal de marketplace das companhias. De acordo com os analistas da Genial, a parceria pode vir a ser uma futura dor de cabeça para a líder do online brasileiro, o Mercado Livre.
A transação
Em comunicado ao mercado, a Magalu explicou que serão disponibilizados produtos das mais diversas categorias pela AliExpress, ampliando significativamente o sortimento de produtos oferecidos, acelerando a estratégia de diversificação de categorias e de aumento da frequência de compra.
Do ponto de vista operacional, os pedidos realizados no site da varejista brasileira serão importados por meio do programa Remessa Conforme, estando sujeitos à taxa de imposto de importação de 20%.
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