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Uma das maiores fabricantes de tubos de aço do País, Confab padece à espera de novos contraltos

, Sem conexão, Capital AbertoVeterana na bolsa, na qual estreou na década de 80, uma das mais tradicionais fabricantes de tubos de aço para a indústria petrolífera chamou a atenção do mercado nos últimos meses. Pena que não tenha sido por um bom motivo. Entre 1º de agosto de 2009 e 31 de janeiro de 2010, a Confab apresentou um dos piores desempenhos da BM&FBovespa — considerando a amostra de Lente de Aumento, que contempla apenas empresas com giro mínimo de R$ 1 milhão negociado diariamente. Nesse período, o papel caiu 13,48%, enquanto o Ibovespa valorizou 19,4%. No fim de fevereiro, quando divulgou o resultado referente ao exercício de 2009, o papel fechou em R$ 4,78.

O balanço deixou a desejar. O lucro líquido, no ano passado, despencou 59,6%, para R$ 205,5 milhões, ante os R$ 508 milhões apurados em 2008. A receita líquida somou R$ 2,12 bilhões, um recuo de 6,3% em relação ao ano anterior (R$ 2,27 bilhões). Ainda utilizando-se a mesma base de comparação, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi de R$ 480,7 milhões, 3,7% menor do que os R$ 498,8 milhões contabilizados em 2008.

Segundo o analista Erick Scott Hood, da SLW Corretora, o resultado da companhia deve-se, basicamente, a dois fatores. Em primeiro lugar, à retração de 62% na carteira de pedidos em relação ao quarto trimestre de 2008. E, em segundo, a uma valorização do real sobre o dólar que resultou em uma despesa de variação cambial sobre a posição patrimonial de R$ 10,4 milhões e uma despesa líquida futura de contratos em moeda estrangeira de R$ 5,9 milhões. Apesar disso, o especialista recomenda a manutenção do papel e explica que a Confab poderá apresentar recuperação a partir do segundo semestre de 2010, quando grandes projetos devem entrar em construção. “É importante ressaltar que a companhia poderá se beneficiar, num futuro próximo, dos investimentos que serão feitos na área do pré-sal.”

Na carona da expectativa em torno da Petrobras, a Confab recebeu recomendações de compra nas carteiras de “small caps”. “O setor de bens de capital possui potencial de crescimento em função dos investimentos em infraestrutura, principalmente nos setores de petróleo, energia e transportes”, afirma a corretora Fator. Para os analistas, a empresa tem potencial de crescimento, mas ainda poderá sofrer com alguns trimestres de resultados fracos.

Em comunicado enviado ao mercado, a Confab prevê um cenário mais auspicioso a partir do segundo semestre deste ano, com o aumento na demanda de projetos de dutos, tanto no Brasil (alcooldutos) como no exterior. “Apesar de uma taxa de câmbio desfavorável, espera-se que, com as melhorias de eficiência na planta e o apoio de nossos fornecedores em mercados mais próximos, como América do Sul e Caribe, a empresa possa ser mais competitiva em 2010”, informa o texto.

A direção da Confab, que não atendeu aos pedidos de entrevista dessa coluna por estar em período de silêncio, considera que parte dos maus resultados — inclusive com recuo nas exportações — seja reflexo da crise econômica mundial que abalou os mercados, reduziu a oferta de crédito e fez com que grandes grupos engavetassem seus projetos.

A carteira de pedidos da divisão de tubos, por exemplo, que iniciou o ano em R$ 1,3 bilhão, encerrou o exercício com R$ 249 milhões. “Este desempenho é resultado da fraca demanda no mercado interno em função da conclusão dos projetos de gasodutos de maior envergadura, que mantinham um alto nível de ocupação das plantas nos últimos anos”, diz o comunicado da empresa.

Na assembleia que antecedeu os resultados, a Confab também aprovou um plano de recompra de até 11,839 milhões em ações preferenciais, o equivalente a cerca de 5% dos papéis em circulação no mercado, sinalizando que acredita que o preço atual das ações não reflete seus fundamentos econômicos. As aquisições serão feitas pelo período de um ano, a preço de mercado, com recursos da conta de reservas de lucros.

Nascida em 1943, quando o banqueiro Gastão Vidigal, em sociedade com o polonês Isydor Kleinberger, arrematou a Fábrica Nacional de Tambores, a Confab sempre viveu à mercê de grandes projetos. A família Vidigal — que foi dona do banco Mercantil de São Paulo, vendido ao Bradesco — chegou a produzir tambores de aço, botijões de gás e geladeiras, mas deu seu grande salto em 1953, quando a Petrobras foi criada e a Confab virou sua grande parceira. A companhia esteve envolvida na construção do Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol), no valor de US$ 600 milhões, fornecendo tubos. Embora ainda tenha um Vidigal pilotando-a — Roberto Caiuby Vidigal, filho do fundador, é o presidente —, a Confab foi vendida em 1999 paro o grupo ítalo-argentino Techint, um dos maiores fabricantes mundiais de tubos para a indústria petrolífera, por US$ 40 milhões.


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