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“Passando a régua” nos negócios
A importância de reduzir situações complexas a valores quantificáveis para a tomada de decisões

, “Passando a régua” nos negócios, Capital AbertoTítulos podem ser enganosos. Quantas vezes nos deparamos com traduções desastrosas de nomes de filmes? Mas pior ainda é quando o desapontamento vai além da mera tradução, e o título cria uma expectativa que não condiz com o conteúdo da obra. Esse é o caso de Como mensurar qualquer coisa – encontrando o valor do que é intangível nos negócios. Ainda assim, uma vez absorvida a frustração inicial, é possível colher ensinamentos interessantes sobre o foco do livro, ou seja: a redução de incerteza na avaliação de projetos complexos e a melhoria na qualidade das decisões.

“O que não é medido não é gerenciado”. O bordão (com o qual eu concordo) já foi repetido inúmeras vezes. Porém, vivemos uma época em que, cada vez mais, o valor e o sucesso da empresa moderna estão ligados aos ativos intangíveis (tecnologia, pessoas e processos). Uma obra que propusesse conceitos úteis nessa seara — mensuração e gestão desses ativos — certamente teria potencial de best seller. Como mensurar qualquer coisa, no entanto, fica longe disso. Além do mais, para tirar proveito da leitura, uma boa dose de conhecimento sobre análise de projetos e estatística é necessária.

O autor, Douglas W. Hubbard, uma autoridade reconhecida na estruturação de decisões complexas, apresenta uma metodologia para associar parâmetros objetivos (números) a situações de caráter eminentemente subjetivo (por exemplo, quanto investir para aperfeiçoar um sistema de acompanhamento da qualidade da água). Tudo isso com o objetivo de explicar como a mitigação de riscos está associada à tomada de decisões. No decorrer do livro, faz uso de ferramentas que vão desde a estatística — em passagens, por vezes, enfadonhas e complexas — até a modelagem com simulação de Monte Carlo. Especialmente interessantes são os casos apresentados na conclusão da obra, que mostram como os processos descritos ao longo do texto podem ser colocados em prática.

Uma mensagem subjacente sugere questionamentos à gestão empresarial: no processo decisório, qual o papel da intuição? Quantas vezes nos deparamos com situações nas quais projetos rotulados de “estratégicos” são aprovados sem maiores investigações simplesmente porque é “impossível” mensurar aspectos como qualidade e valor do capital humano? O autor nos convida a embarcar numa cruzada contra a aceitação de processos enviesados, que permeiam a tomada de decisões em muitas empresas, a chamada heurística. Isso porque os vieses cognitivos causados pelas pequenas regras que usamos no dia a dia para saber como agir diante de problemas complexos levam a decisões subótimas.

Números podem ser usados para confundir as pessoas, especialmente aquelas sem as ferramentas básicas para lidar com eles. Por isso os líderes empresariais devem assegurar uma maneira de reduzir a incerteza através de técnicas simples e estruturadas, de modo que suas organizações sejam mais orientadas para a objetividade dos dados e fatos. Nas palavras do próprio Hubbard: “A preferência pela ignorância, mesmo diante da alternativa de reduzi-la, nunca conduz à grandeza moral”.


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