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Nesta Superterça, veja o que mercado espera das eleições dos EUA
Para Az Quest e Mirabaud, reeleição de Trump pressionaria inflação, fortaleceria dólar e atrapalharia queda de juros
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Com os dois candidatos ao comando da Casa Branca praticamente definidos, o mercado não prevê novidades para esta Superterça (05), dia em que os estados norte-americanos elegerão um terço dos delegados que escolherão os candidatos à presidência nas convenções partidárias.  Ao que tudo indica, com a candidatura liberada na segunda-feira pela Suprema Corte, Trump vai mesmo disputar as eleições com o atual presidente, Joe Biden.

“Não vejo surpresa na Superterça, já que provavelmente o Trump vai ganhar em quase todos estados”, diz o diretor de investimentos da Mirabaud Family Office, Eric Hatisuka.  O gestor de macro e renda fixa da Az Quest Investimentos, Gustavo Menezes, emenda: “O mercado só vai se mexer na terça por conta dos resultados se Trump não conseguir a maior parte dos delegados, o que é uma possibilidade bem remota.”

Tanto a AZ Quest como o Mirabaud têm atualmente também no radar a vitória de Trump sobre Biden nas eleições. O candidato republicano está à frente nas pesquisas eleitorais, embora não nade de braçada. Em uma delas, divulgada pelo jornal “The New York Times” deste fim de semana, ele lidera as intenções de voto no país com 48%, contra 43% de Biden.


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“Aqui trabalhamos num cenário em que é o mais provável que Trump seja o próximo presidente dos Estados Unidos”, diz Menezes. “Diferentemente da eleição de 2016, quando ele foi o azarão, agora o mercado já está antecipando a eleição de Trump”, acrescenta Hatisuka.

Caso a previsão se consolide, a dupla espera para a nova presidência mais protecionismo e, consequentemente, maior inflação, juros em níveis elevados e menor fluxo de recursos internacionais para países emergentes como o Brasil.

Protecionismo e inflação

Para eles, a campanha eleitoral também não promete grandes surpresas.  “O mercado já está sabendo bem como é que funciona”, afirma Menezes. “Sempre vamos ouvir fortes declarações a respeito de imigração, de comércio exterior, de taxação contra a China e contra os países que, supostamente, se aproveitam dos Estados Unidos, via concorrência desleal”, completa.

Na opinião dos dois especialistas, em um eventual governo Trump, a combinação de mão de obra mais cara e maiores barreiras produtos estrangeiros deve dificultar o combate à inflação, que já vem custando a ceder e atrasando a esperada queda dos juros americanos. “O mercado de trabalho está superapertado nos Estados Unidos, com boa parte do alívio vindo do fluxo imigratório. Então, se o Trump puser muitas dificuldades para que esses imigrantes venham a se juntar à força de trabalho americana, fica ainda mais difícil para a inflação ceder”, avalia Menezes.  

Juros mais altos e dólar valorizado

“No momento, os Estados Unidos se beneficiam de preços de bens vindos da China, que está exportando para o mundo bastante desinflação, principalmente de bens industriais”, acrescenta o gestor. “Se vencer as eleições, Trump poderá aprofundar as barreiras comerciais contra a China”, diz Hatisuka.

“Como a única economia que está crescendo é a americana, se Trump criar barreiras comerciais, acaba isolando os Estados Unidos do resto do mundo”, emenda o diretor de investimentos. Pelo raciocínio, com consumo interno fraco e barreiras às exportações, outros países acabariam “internando dinheiro nos Estados Unidos”. Junte isso à atração do capital estrangeiro pelos juros mais altos, decorrentes das pressões inflacionárias, e o resultado esperado é a migração de mais recursos rumo aos Estados Unidos, com consequente valorização do dólar.

Nesse cenário juros altos, como diz Menezes, uma coisa é certa: “Sem dúvida, na maior economia do mundo, tudo o que for feito que reprecifique a curva de juros americana terá impacto no mundo inteiro”. Mais difícil é identificar com mais precisão os efeitos do eventual novo mandato de Trump numa realidade econômica mais adversa. “Ele governou num mundo em que o juro era praticamente zero e a dívida, cerca de 35% do PIB menor do que hoje”, diz ele.

“Todo gestor tem na conta que a trajetória fiscal dos Estados Unidos é muito preocupante”, afirma Menezes. Ele prefere evitar, porém, previsões mais específicas sobre o impacto de um eventual governo Trump no mercado brasileiro. “Primeiro, a gente tem que ver se isso de fato vai se consolidar e para depois tentar evidenciar as consequências.” E conclui: “vai ter faísca, mas ainda não sabemos exatamente onde vai queimar”.


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