O ataque realizado pelo grupo palestino Hamas a Israel no fim de semana retrasado e a ação militar israelense contra a Faixa de Gaza na sequência mobilizaram a opinião pública mundial nos últimos dias.
Como não poderia deixar de ser, o conflito também têm sérias consequências nos mercados ao redor do mundo.
Depois de uma semana, alguns pontos começam a ficar mais claros sobre o impacto da guerra, mas ainda há muitas dúvidas sobre como a situação pode evoluir.
A Capital Aberto preparou um roteiro com quatro questões fundamentais sobre o impacto da guerra, que podem ditar o comportamento dos ativos daqui para a frente.
Como os mercados estão reagindo ao conflito?
Depois de uma reação inicial mais acentuada na segunda-feira posterior ao ataque do Hamas, dia 9, com alta dos preços do petróleo, queda das bolsas e alta dos títulos do tesouro americano, os principais indicadores se acomodaram ao longo dos últimos dias.
Nesta segunda-feira, apesar do impacto da guerra, mercado de ações na Europa, Estados Unidos e Brasil subiu, petróleo e títulos americanos caíram.
O desempenho foi visto, em parte, como resultado dos esforços diplomáticos para evitar que a guerra entre Israel e o Hamas se expandisse para um conflito regional.
Quais são as perspectivas para os próximos dias e semanas?
Tudo vai depender de como o confronto evoluir e se países como Irã e Arábia Saudita serão ou não atraídos para o conflito.
O relatório da XP divulgado nesta segunda-feira afirma que “um conflito restrito à Faixa de Gaza provavelmente teria um impacto limitado nos principais mercados”.
Os analistas da XP, porém, alertam que “existe o risco de o conflito se intensificar e a forma e intensidade da resposta de Israel gerará reações de outros países e essa é a chave para entendermos o que pode acontecer com os mercados”.
Qual o risco do conflito escalar?
Depois das primeiras reações internacionais mais inflamadas ao ataque do Hamas à Israel e de Israel à Faixa de Gaza, há um aparente esforço de players importantes para esfriar as tensões.
No domingo, em entrevista ao programa 60 Minutes da TV CBS, o presidente americano, Joe Biden, voltou a condenar à ação do Hamas e a apoiar posterior a ação militar israelense, mas disse que Israel não deve ocupar o Faixa de Gaza e que “não há evidências” da participação do Irã no ataque palestino.
De qualquer forma, tudo também dependerá de como se dará o ataque de Israel à Faixa de Gaza nos próximos dias, que tudo indica incluirá uma invasão por terra, e de como as potências regionais Irã e Arábia Saudita vão reagir.
Por ora, os dois países não têm dado demonstrações públicas de interesse em uma escalada do conflito.
Para o diretor-executivo do grupo de análise de risco Eurasia, Christopher Garman, a possibilidade de uma escalada é real, “mas, por ora, parece haver um limite de quanto isso deve ocorrer nessas próximas semanas e nos próximos meses.”
Em um vídeo publicado no site do jornal Valor Econômico, Garman argumenta que é improvável, por ora, que essa guerra vá incluir o Irã. “As forças israelenses já estão com seu prato cheio, e não querem ampliar ainda mais esse flanco com um conflito direto com o Irã.”
Quais o impacto da guerra a longo prazo?
Apesar de as consequências de longo prazo dependerem, é óbvio, de como a situação evoluirá nas próximas semanas, muitos analistas já antevêem um cenário permanente de mais risco.
No relatório do terceiro trimestre do J.P. Morgan, o CEO Jamie Dimon alertou que “este pode ser o momento mais perigoso que o mundo já viu em décadas”.
“A guerra na Ucrânia, agravada pelos ataques da semana passada a Israel, pode ter impactos de longo alcance nos mercados de energia e alimentos, no comércio global e nas relações geopolíticas.”
Presidente do Instituto de Finanças Internacionais, Robin Brooks disse em sua conta no X (ex-Twitter) ver “uma escuridão profunda abaixo da superfície”.
“No melhor dos casos, os Estados Unidos são vistos como divididos e distraídos. No pior dos casos, são vistos como fracos. As guerras na Ucrânia e em Israel são sintomas disso. Muitos acreditam que os Estados Unidos serão testados cada vez mais, e, assim, o risco geopolítico continuará aumentando.”
Leia mais:
Boletim Focus volta a prever inflação na meta depois de um ano
Para continuar lendo, cadastre-se!
E ganhe acesso gratuito
a 3 conteúdos mensalmente.
Ou assine a partir de R$ 34,40/mês!
Você terá acesso permanente
e ilimitado ao portal, além de descontos
especiais em cursos e webinars.
User Login!
Você atingiu o limite de {{limit_online}} matérias gratuitas por mês.
Faça agora uma assinatura e tenha acesso ao melhor conteúdo sobre mercado de capitais
Ja é assinante? Clique aqui