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Apesar da volta de CEO, futuro da OpenAI é incerto
Estrutura comercial subordinada a entidade sem fins lucrativos deixa operação exposta a conflito de interesses.
OpenAI, Apesar da volta de CEO, futuro da OpenAI é incerto, Capital Aberto

A demissão pelo board no final da semana passada e posterior recondução nessa terça-feira de Sam Altman à posição de CEO da OpenAI – empresa por trás do ChatGPT – continua deixando o mercado perplexo.

Os motivos que levaram à atitude dos quatro conselheiros que decidiram pela saída de Altman ainda provocam dúvidas e produzem especulações.


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Apesar de a recondução de Altman e as mudanças anunciadas na composição do conselho da OpenAI terem acalmado a situação, ainda há muitas incertezas sobre o futuro da operação.

Na noite desta quarta-feira, a agência de notícias Reuters distribuiu uma reportagem que adicionou um novo elemento à narrativa.

OpenAI

Segundo a reportagem, pesquisadores da OpenAI enviaram uma carta ao conselho alertando sobre uma descoberta poderosa em inteligência artificial que “poderia representar uma ameaça para a humanidade.”

De acordo com as fontes da agência, a carta foi um dos fatores que levaram à demissão de Altman, mas o conselho teria outras queixas, entre elas a “preocupações sobre a comercialização de avanços antes de compreender as consequências.”

Oficialmente, o conselho afirmou em nota que a decisão de demitir Altman havia sido tomada por que o executivo não vinha sendo, “consistentemente, sincero em sua comunicação” com os diretores.

Ainda segundo a nota, as ações de Altman estavam “dificultando sua [do conselho] capacidade de exercer suas responsabilidades.”

“Talvez a gente nunca saiba o real motivo do que aconteceu lá [no conselho].”, diz Stephano Gabriel, colunista da Capital Aberto, especialista em tecnologia e inteligência artificial e sócio da Leblon Equities. 

“Pode ter sido uma discordância de visão, um problema financeiro. Pode ser uma questão pessoal, o Sam Altman teve conflitos pessoais em todos os lugares onde ele já passou. Nesse tipo de coisa eu diria que nunca é uma coisa só.”

A OpenAI conta com uma estrutura corporativa incomum. A operação comercial, OpenAI Global LCC, é uma subsidiária da OpenAI, Inc, que é uma organização sem fins lucrativos – cujo objetivo é desenvolver sistemas de inteligência artificial benéficos para a humanidade, não o lucro.

“Ela é controlada por um board cujo mandato é ser non-profit. Há   conflito interno desde que a empresa decidiu abrir um braço econômico, capitalista.”, explica Gabriel

“É uma empresa de um setor que precisa de investimentos vultosos. Não é só mão de obra cara, você precisa do hardware para treinar tudo o que eles fazem, são equipamentos caros, que consomem bastante energia”.

“Então, por um lado, você precisa de um fluxo de dinheiro trazido com uma motivação de ganho de capital, mas no controle da empresa você tem um board que o mandato dele é fazer filantropia.”

O caos dos últimos dias colocou a Microsoft no centro das atenções. A empresa investiu 13 bilhões de dólares na OpenAI, mesmo sem possuir assento no conselho, e correndo o risco de o conselho anular seu investimento em nome de proteger a missão da OpenAI.

A crise foi contornada com a volta de Altman ao controle da OpenAI depois da ameaça de demissão dos pesquisadores e migração em massa justamente para a Microsoft. Mas ainda não está claro se a empresa fundada por Bill Gates terá algum controle sobre o destino a OpenAI,

Na terça-feira à noite, a empresa anunciou um novo conselho inicial composto por Bret Taylor, ex-co-CEO da Salesforce; Larry Summers, ex-secretário do Tesouro; e Adam D’Angelo, o diretor executivo do Quora e o único membro remanescente do antigo conselho. Mas sem Altman, que tem proximidade com a Microsoft.

Por enquanto, porém, a crise não teve impacto significativo nas ações da Microsoft, que estão cerca de 15% mais caras do que há um mês e com alta de cerca de 2% em uma semana.

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