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Drex, só no final de 2025
Executiva do BC diz que compromisso maior é com o amadurecimento do projeto da moeda digital, e não com o prazo; questões de privacidade são desafios e atrasam o cronograma
DREX, Drex, só no final de 2025, Capital Aberto

Os testes institucionais que estão sendo feitos com a CBDC brasileira, o Drex, vão invadir 2025, apesar de inicialmente ter previsão de entrega para ainda este ano. Emitida e regulada pelo Banco Central, a moeda digital poderá ser usada para compras, pagamentos e envio e recebimento de dinheiro local e internacional, mas as autoridades e instituições envolvidas parecem não ter pressa de entregar o projeto, devido a questões em aberto, principalmente envolvendo privacidade. 

Segundo Clarissa Souza, coordenadora de tecnologia do Banco Central, o compromisso maior é com o amadurecimento do projeto do Drex do que com o prazo. A dificuldade ocorre em meio aos atrasos na implantação devido aos desafios enfrentados com a privacidade de dados.


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“O projeto começou em janeiro de 2023 e trouxemos um desafio de teste montando um grupo com 16 consórcios para avaliar o problema da privacidade e da programabilidade”, conta Clarissa durante painel apresentado no Febraban Tech nesta quinta-feira (27). “No mês passado, estendemos o projeto, e lançamos a sua segunda fase, e nela teremos oportunidade desses16 consórcios criarem e tentarem implementar as soluções de privacidade que temos construído.”

Entre alguns dos consórcios estão Caixa, Elo e Microsoft; Foxbit, AWS, ClearSale, SPQD, e TecBan juntamente com os bancos BASA (Banco de Desenvolvimento da Amazônia), Banco do Nordeste, Banco Arbi e Banco Genial; além de Sinqia, Mastercard, Mercado Bitcoin e a CERC.

“Nosso grupo é extremamente diverso, então tem empresas de vários ecossistemas que exploram nichos diferentes no mercado. E nesse momento a gente está entrando na segunda fase desse projeto, em que vamos testar os casos de uso baseados nessa tecnologia e infraestrutura que a gente testou ao longo do primeiro ano, esse cronograma de um ano”, comenta Nathaly Diniz – head de tokens e regulamentação da Foxbit. “Nesse cronograma de um ano nós implementamos, configuramos toda a rede, conectamos as bandas da SFN de um dos nossos participantes e iniciamos os testes dentro do cronograma de privacidade.”

Paralelamente, nesse segundo semestre, as empresas devem começar a explorar casos de uso (tipos de negociações) de negócios baseados nessa infraestrutura que já está sendo testada, como exemplo o case da Caixa Econômica, em que utilizaram um cartão com tecnologia NFC, de aproximação, creditado com DREX para pagar o benefício assistencial do Bolsa Família em comunidades ribeirinhas. “A ideia é que a gente desenvolva nesse segundo semestre, casos de uso como esse. E aí dentro do nosso consórcio a gente vem discutindo qual o caso de uso que nós vamos apresentar. O deadline, o prazo para fazer essa apresentação é agora no dia 1º de julho e estamos preparados para esse novo desafio”, diz Nathaly.

A Sinqia, uma das empresas que atua em consórcio no projeto DREX, também tem trabalha junto ao pedido do BC para testes práticos. “O título público federal é um que a gente já consegue transacionar, e a Sinqia tem participado ativamente na construção do back-office que vai apoiar essas frentes dentro do nosso consórcio. Cada ente do consórcio está tratando uma parte disso, e a Sinqia ficou com a parte do back-office para entregar isso para o mercado”, diz Alexandre Machado, gerente de produtos geral da Evertec + Sinqia em entrevista à Capital Aberto. “E agora vem a parte 2 do DREX, a gente está com bastante expectativa, vão abrir para a possibilidade de novos participantes, novos consorciados, e o Banco Central falou que agora a gente vai conseguir explorar novos casos dentro do mundo DREX.”

Ainda não há uma definição, ou pelo menos ainda não foi divulgada, sobre quais serão os novos estudos a serem explorados na nova fase do projeto.

Durante painel do Febraban Tech, Clarissa, do BC, apontou que para uma plataforma regulada, é preciso resolver esse problema, porque há um arcabouço regulatório a ser seguido. “Então trouxemos inicialmente esse dilema da privacidade x programabilidade porque tecnologia precisa de tempo para amadurecer. A gente viu isso ao longo do piloto, soluções de privacidade, todas têm prós e contras, dificuldade de implementar.”

Segundo a coordenadora de tecnologia do BC, o problema não é exclusivo de privacidade. “Com a transação não temos dificuldade, é de compor as coisas que a plataforma pretende trazer em programabilidade.” 

Nathaly, da Foxbit, acredita que o maior desafio é conseguir atender ao anseio de ter uma infraestrutura com escalabilidade e interoperabilidade e ainda assim ter uma camada de proteção, de privacidade, que consiga atender os requisitos exigidos pela lei geral de proteção de dados. “É tentar reunir numa mesma cesta uma solução que ela atenda, confira a privacidade aos participantes e ainda assim seja escalável”, aponta.

A garantia da privacidade de ponta a ponta do processo têm sido um desafio. “Um dos modelos mais utilizados vai ser a garantia da entrega contra o pagamento. Exemplo clássico: estou comprando um carro, se transfere a propriedade do carro a partir do pagamento é um dos modelos que o DREX vai trazer. Então isso precisa estar garantido de ponta a ponta”, comenta Machado, da Sinqia.

Junto com a Microsoft, uma das empresas que trabalha com o BC na questão de privacidade, a Sinqia está participando com os modelos tecnológicos para garantir que a ponta a ponta estará completamente criptografada e toda garantida dentro do blockchain. “A fase 2 do BC vai ser de 12 a 14 meses. Então estamos falando do final do ano que vem, basicamente. Com isso, a gente vai testar essas novas tecnologias assim que forem divulgadas, assim que o BC passar as documentações do que a gente for trabalhar para atuarmos.”


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