Nos últimos dois anos, a indústria mundial de fundos de investimento registrou um aumento no número de cotistas e na demanda por ativos mais diversificados. Contudo, será que também cresceu, nesse mesmo período, o controle dos riscos de gestão ou mesmo de ameaças envolvendo a liquidez e o crédito dos títulos em carteira, por parte dos administradores globais? Para medir a eficiência de processos de segurança nesse setor, a Deloitte entrevistou 130 instituições financeiras da Europa, Ásia e Estados Unidos. Chamado de Global Risk Management Survey, o estudo revela que a indústria de fundos, de um modo geral, até se mantém alerta sobre a importância de melhorar a rigidez em seus controles. Porém, ainda é significativa a quantidade de gestores que notam, nos seus sistemas, falhas de segurança.

Apenas 47% dos entrevistados consideram suas instituições “extremamente eficientes” ou “muito eficientes” na gestão dos riscos na área de Tecnologia da Informação. Quanto a eventuais problemas operacionais, só 43% deles classificaram sua empresa nas duas melhores categorias, num quesito que varia de 1 a 5, para medir a excelência em segurança. Um último exemplo recai sobre os riscos de liquidez dos produtos: 25% disseram que ou seus sistemas não são muito eficientes ou nada eficientes (2%).

O lado bom dessa história é que alguns indicadores importantes evoluíram se comparados a estudos anteriores. Hoje, cerca de 70% das instituições colocam a responsabilidade da gestão de risco nas mãos do conselho de administração dos fundos um aumento de 57% em relação a 2002. Também cresceu a quantidade de assets que mantêm o cargo de Chief Risk Officer: 84% atualmente, contra 65%, há cinco anos. Esse profissional responde para o executivo-chefe do fundo em 42% das gestoras. Já os CROs que se reportam para o conselho é de 37%. “Os progressos são importantes, pois o controle de riscos tende a ser um grande diferencial na competitividade desse setor”, conclui o estudo.