A diversificação parece ser o destino do Ibovespa que, neste ano, registrou o ingresso da primeira empresa de construção civil. A Cyrela estreou no Novo Mercado em setembro de 2005 e hoje responde por 0,725% do índice.

Em 1997, o setor de telecomunicações respondeu, em média, por 53,891% do índice. No ano passado, apenas 21,254%, uma queda de 60,56% em dez anos. Em 2007, perdeu a liderança após 17 anos, caindo para 12,6%. O segmento de petróleo e gás, composto principalmente pela Petrobras, avançou mais de 44% no mesmo período. Saltou de 8,256% para 11,925%. Construção e transportes, sem representantes no índice desde 1998, iniciou 2007 dominando uma fatia de 5,368% da carteira e com perspectiva de se tornar ainda mais relevante devido à chegada ao mercado de mais empresas e da perspectiva de novos IPOs. Os percentuais representam as médias das quatro carteiras em cada ano.

A volta das ofertas iniciais de ações, em 2004, trouxe para a bolsa representantes de setores variados da economia e ajudou a aumentar a liquidez de papéis que já eram listados, mas não tinham pares, motivando novos ingressos no índice. Carlos Firetti, chefe de análise da Bradesco Corretora, observa que, ao mesmo tempo, o desempenho do setor de telecomunicações foi inferior ao dos demais, o que justifica a queda na participação.

A distribuição setorial mais variada, porém, não significa um retrato mais fiel da economia. “A representação econômica continuará distorcida pelo simples fato de o índice ser baseado em critérios de liquidez”, diz Firetti. Ele observa ainda que o setor imobiliário, composto por algumas das mais novas participantes do mercado, é forte candidato a ganhar maior representatividade. Além da Cyrela, estão previstos, para o médio prazo, os ingressos de Rossi e Gafisa.

No IBrX-50, dois setores reinam absolutos: petróleo e gás, que representava 25,013% da carteira ao final de 2006, e bancos, com 22,846%. Mineração corresponde a 16,759% e, somados, os três segmentos concentram 64,61% da participação.

Por ponderar liquidez e valor de mercado das ações em negociação, as empresas de telecomunicações, que chegaram a representar 43,015% da carteira (em 1999), despencaram para 8,318% ao final de 2006.

No IBrX, mais uma vez, os três setores de maior participação são o financeiro (22,584%), petróleo e gás (21,962%) e mineração (14,649%).