Pesquisar
Close this search box.
Mãos à obra
Gestores lançam fundos voltados para o capital estrangeiro

As perspectivas de ascensão do Brasil no mercado internacional de private equity começam a ser confirmadas pelos gestores locais. Pelo menos dois fundos com esse perfil pretendem concluir suas captações até o final deste ano com 100% dos recursos vindos de investidores estrangeiros. E mais: a Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP) espera receber perto de US$ 2 bilhões em investimentos de fora em 2007 — cifra equivalente a 40% do total destinado à China pelos fundos globais nos cinco primeiros meses de 2006 (US$ 4,96 bilhões).

André Burger, diretor executivo da CRP, é um exemplo de quem acredita na atratividade do Brasil para o capital internacional. No ano passado, criou um fundo apenas para estrangeiros. “Estamos certos de que iremos alcançar esse desafio, tendo em vista o bom momento da liquidez mundial”, afirma. A iniciativa é inédita na CRP, mas Burguer resolveu seguir esse caminho depois de conversar com diversos investidores interessados no private equity brasileiro, encontrados não só em viagens internacionais, como também em reuniões marcadas por gente que tomou a iniciativa de procurá-lo por aqui. A resposta tem sido tão positiva que ele estima concluir as captações para o novo fundo até o final de abril deste ano.

Na Rio Bravo, o diretor Luiz Eugenio Figueiredo já está mais acostumado com a presença do capital estrangeiro nas suas carteiras. Porém, nunca os aportes estrangeiros haviam respondido por mais da metade (60%) do total de recursos de um fundo, como aconteceu no Rio Bravo Investec II, após o encerramento da captação do produto, em outubro passado. “Já esperávamos um maior interesse de investidores de outros países em 2006”, diz.

Parte desse interesse é atribuída à iniciativa da ABVCAP de organizar road shows para vender o Brasil nos Estados Unidos e Europa. “Até esses eventos acontecerem, muitos não tinham idéia do potencial de crescimento desse setor no País”, avalia. “As apresentações mostram o quanto estamos evoluídos nos aspectos de governança corporativa, regulação, gestão de empresas e mercado de capitais.”

A caravana da associação começou no final do ano passado com duas palestras nos Estados Unidos — uma em Nova York e outra em São Francisco —, que reuniram representantes de fundos de pensão e de gestoras de recursos norte- americanas. O presidente da ABVCAP, Marcus Regueira, conta que uma das perguntas mais freqüentes era sobre a formação dos gestores e sua experiência na liderança de negócios. Em resposta, foi apresentado um estudo da entidade revelando que 77% dos executivos das empresas que recebem investimentos de PE têm títulos de MBA e pós-graduação na sua área de atuação. Mais da metade conta com pelo menos dez anos de experiência no ramo. Para 2007, estão planejadas apresentações em Miami (fevereiro) e em Washington (maio).

TRANSPARÊNCIA NA BAGAGEM – Na opinião de Álvaro Gonçalves, sócio da área de investimentos da Stratus Banco de Negócios, o Brasil acerta na estratégia de tentar atrair o investidor estrangeiro. Contudo, é preciso ter claro o tamanho do desafio. “O investidor que aceita participar de um fundo de PE ou VC é aquele que não apenas acredita na economia do País agora, como também avalia que as boas condições serão mantidas ou melhoradas ao longo de uma década”, explica Gonçalves. Por isso, ele observa que todo esforço para abastecer esse público com informações é bem-vindo.

Para quem pretende sair à caça de investidores fora do País, o diretor da Stratus aconselha levar na bagagem um discurso afiado, rico em detalhes sobre o Brasil, sobretudo a respeito do retorno que os fundos PE e VC vêm dando aos investidores. Recomenda também que os gestores brasileiros forneçam indicadores que confiram mais transparência aos seus produtos, principalmente quando estiverem em contato com as agências internacionais que costumam elaborar rankings para o mercado de private equity, como a Dow Jones e a Thompson Venture Economics. Isso ajudaria a comparar o Brasil com outros mercados. “Lá fora, eles estão acostumados com um disclosure maior neste setor.”

MIDDLE MARKET – Há sete anos atuando em PE, a Stratus também identificou um interesse maior dos estrangeiros por seus produtos em 2006. Vieram europeus, norte-americanos e até investidores do Oriente Médio, segundo Gonçalvez. O plano é lançar o fundo Stratus Capital Partners apenas com capital estrangeiro e colocá-lo em funcionamento até o final de 2007. Assim como o fundo da CRP, este será o primeiro da Stratus 100% voltado para estrangeiros.

Eles pretendem investir em middle market — segmento de empresas já consolidadas e com porte relevante que ainda tenham potencial para crescer. “Estamos voltados para negócios que necessitam de um aprimoramento nos processos em gestão. A idéia é capitalizar essas empresas, pensando numa futura expansão ou consolidação”, afirma. A primeira chamada (first closing) dos investidores estrangeiros para o novo fundo deve ocorrer no final do segundo trimestre. E, pelo movimento visto até agora, é possível que o lançamento ocorra até antes do previsto, no terceiro trimestre do ano.


Para continuar lendo, cadastre-se!
E ganhe acesso gratuito
a 3 conteúdos mensalmente.


Ou assine a partir de R$ 34,40/mês!
Você terá acesso permanente
e ilimitado ao portal, além de descontos
especiais em cursos e webinars.


Você está lendo {{count_online}} de {{limit_online}} matérias gratuitas por mês

Você atingiu o limite de {{limit_online}} matérias gratuitas por mês.

Faça agora uma assinatura e tenha acesso ao melhor conteúdo sobre mercado de capitais


Ja é assinante? Clique aqui

mais
conteúdos

APROVEITE!

Adquira a Assinatura Superior por apenas R$ 0,90 no primeiro mês e tenha acesso ilimitado aos conteúdos no portal e no App.

Use o cupom 90centavos no carrinho.

A partir do 2º mês a parcela será de R$ 48,00.
Você pode cancelar a sua assinatura a qualquer momento.