O Conselho de Investidores Institucionais norte-americano, que representa os fundos de pensão com ativos superiores a US$ 3 bilhões, se opôs à implementação imediata do sistema de participação virtual em assembléias de acionistas — que, de acordo com a proposta do órgão regulador (SEC), permite a convocação, envio de material explicativo e colocação de votos via internet. A postura é resultado de uma preocupação que boa parte dos investidores institucionais já havia apresentado no ano passado: a de que a mudança garanta um poder de influência muito grande aos bancos e corretoras que detêm, em nome das pessoas físicas, cerca de 80% das ações em poder deste tipo de investidor.

Como as companhias abertas não têm acesso às identidades dos clientes desses bancos e corretoras, seu contato é impossibilitado. A apreensão dos investidores institucionais é que essas instituições não transmitam a tempo as informações de cada assembléia a seus clientes, tirando proveito de uma nova regra da Bolsa de Nova York que lhes permite votar livremente em nome dos acionistas que não enviarem instruções de voto por procuração num período de até dez dias antes da data da assembléia.

A preocupação é compartilhada pela representante dos presidentes das maiores companhias norte-americanas, a Business Roundtable. Apesar de apoiar a proposta de reforma colocada pela SEC, a associação vem pressionando o regulador para incluir na medida dispositivos que criem canais de comunicação diretos com os investidores pessoa física.