O valor negociado em ADRs de companhias brasileiras duplicou em 2005 (comparado aos números de 2004), e atingiu US$ 127,4 bilhões. O volume de negócios em Nova York foi equivalente a 90,8% do total de transações na Bovespa, contra 78,2% no ano anterior. Os títulos tiveram valorização média de 55% e papéis como os do Bradesco e do Unibanco superaram os 100%. De acordo com índices calculados pelo Bank of New York, os títulos da América Latina foram os que mais subiram, atingindo uma média de 48%.

Um estudo da Economática mostra que o volume diário de negócios, que bateu US$ 699 milhões em outubro, também superou a sua marca histórica, de US$ 620 milhões em novembro de 1997. No entanto, o indicador que fornece a melhor dimensão desse crescimento é o da quantidade de negócios — já que exclui o reflexo da valorização. Dos 38,4 bilhões de papéis negociados em 2005 (6% mais que no ano anterior), 4,4 bilhões equivaliam aos de 45 companhias brasileiras, um incremento de 58% em relação a 2004. Dos 471 ADRs listados na Bolsa de Nova York (NYSE), o quinto mais negociado no ano passado foi o da Petrobras.

Estimuladas pelos recordes de negócios e pela boa performance dos papéis brasileiros, companhias como TAM Linhas Aéreas e a geradora de energia Endesa preparam-se lançar ADRs na Bolsa de Nova York, segundo fontes do mercado. Se levarem seus planos até o fim, elas vão simbolizar a retomada do interesse de brasileiras pela emissão de papéis na bolsa norte-americana. Das duas dezenas de ofertas públicas de ações realizadas desde janeiro de 2005, apenas CPFL e Gol ocorreram também na Bolsa de Nova York.