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BCs confirmam expectativas sobre juros; futuro depende de dados econômicos
Fed manteve sua básica e Copom cortou, ambos indicando atenção ao comportamento da inflação nas próximas semanas
, BCs confirmam expectativas sobre juros; futuro depende de dados econômicos, Capital Aberto
(Foto: Raphael Ribeiro/Divulgação Banco Central do Brasil)

Como era amplamente esperado pelo mercado financeiro global, nesta “super” quarta-feira (20) o Fed (Federal Reserve), banco central americano, manteve a taxa básica de juros da economia dos Estados Unidos no intervalo de 5,25%-5,5% ao ano, o maior nível desde o início de 2001. No Brasil, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), por sua vez, cortou a Selic em 0,5 ponto percentual, para 12,75% ao ano, na segunda redução consecutiva.

Comentando suas decisões, ambas as autoridades monetárias deixaram claro que os próximos passos dependem dos dados econômicos que serão divulgados nas próximas semanas, medindo a temperatura da atividade e dos preços.

Nos EUA, a incerteza e o temor de que a amaça inflacionária não esteja vencida ainda são maiores do que no Brasil. Jerome Powell, presidente do Fed, disse em entrevista coletiva à imprensa após a divulgação da manutenção dos juros nesta quarta (20) que o banco “quer ver evidências convincentes de que o nível apropriado da inflação foi alcançado”. Tendo começado o dia em alta, as Bolsas de Valores americanas viraram para queda no meio da tarde por causa desses comentários. No fechamento, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, caiu 0,22%, o S&P500 recuou 0,94%, e o Nasdaq perdeu 1,53%.

“A manutenção de uma postura cautelosa é menos custosa para a autoridade monetária do que um cenário onde há a redução da expectativa da taxa básica de juros, e se mostra mais condizente em um contexto em que houve alta de projeção para o crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] e redução da taxa de desemprego”, diz Marianna Costa, economista-chefe da comunidade de traders TC.

Já o Copom afirmou que a magnitude dos cortes adotada até o momento é “apropriada” para reduções nas próximas reuniões também, e ressaltou que a magnitude do ciclo total de afrouxamento monetário dependerá de um conjunto de variáveis, principalmente a dinâmica e as expectativas sobre a inflação. A decisão desta quarta (20) foi unânime, e, para os especialistas, o atual discurso do comitê acaba com a esperança de algumas alas do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de uma aceleração no ritmo de queda.

“Mesmo que o Copom permaneça avaliando o balanço de riscos para a inflação como simétrico (o que é mais provável), fatores de risco altistas passaram a gerar uma maior preocupação para os analistas de mercado recentemente”, diz Sérgio Goldenstein, economista-chefe da gestora Warren Rena. “Entre eles estão a recente alta preço do petróleo, a elevação dos yields dos Treasuries –a taxa de 10 anos chegou à máxima desde 2007–; a valorização global do dólar, contribuindo para interromper, desde o início de agosto, a trajetória de apreciação do real; os dados robustos de atividade e de mercado de trabalho no país, que podem gerar uma maior resiliência da inflação de serviços; e os maiores receios com a execução da política fiscal no próximo ano.”

Daqui em diante, a grande discussão sobre a política monetária no Brasil será a respeito do nível em que estará a Selic ao final do ciclo de redução. “Nossa visão é de que seja algo em torno de 9,5%, mas isso ainda está em aberto, pois dependerá das decisões do Fed e dos eventos internacionais”, afirma Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master. “O juro real brasileiro ainda está consideravelmente acima do neutro, mesmo considerando uma visão mais pessimista. Assim, a Selic provavelmente chegará até 11,75% no final desse ano, sem grandes mudanças. O desafio será prever a taxa terminal de 2024.”


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