O ano para o mercado acionário doméstico, e para os fundos de investimentos que alocam recursos em papeis na B3, passa longe do positivo. Só o Ibovespa, principal índice da bolsa, recuou no acumulado do ano, até 31 de maio, 9,01%. O desempenho dos fundos de investimentos em ações (FIA) espelhou o desempenho da B3. De 3.999 fundos de ações ativos analisados pela TC Economatica, a pedido da Capital Aberto, apenas 787 produtos da amostra tiveram performance positiva no período, representando 19,2% do total. Desse total, apenas para efeito de comparação, 615 fundos (15%) tiveram retorno superior ao CDI no período, que foi de 4,39%.
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Do universo de fundos de ações que conseguiram entregar algum retorno aos cotistas, a ampla maioria são da categoria Investimento no Exterior (IE), que surfaram no bom momento das bolsas nos Estados Unidos, e os que alocam em BDRs, emitidos no Brasil, mas com lastro em companhias do exterior. Na listas dos produtos que superaram o CDI, referência para o investidor brasileiro, há também fundos com criptoativos e outros com estratégias não-convencionais que se destacaram. Entre os fundos com bons retornos, são raros os produtos mais tradicionais, que montam carteiras com diferentes papeis negociados na bolsa e se beneficiam, na gestão de risco da diversificação.
No topo de rentabilidade, três fundos têm um mesmo ativo na carteira, os papeis da farmacêutica Biomm (BIOM3), que fechou uma parceria com a indiana Biocon para distribuir no Brasil um similar do medicamento Ozempic, da Novo Nordisk. Os fundos XP Biomm 2 FIA Ações no Exterior e XP Biomm FIA, ambos da XP têm ganhos de 164% e 153%, respectivamente, e o fundo Biotec Biomm FIA, gerido pela Daycoval Asset, acumula mais de 160% de retorno. As ações da Biomm, negociadas na B3, subiram mais de 204% no mesmo período, de janeiro a maio.
No levantamento feito pela Economatica, também chama a atenção a presença dos chamados fundos Pipe, que alocam recursos em uma única empresa, como se fosse um private equity, mas acessando o capital via mercado acionário. Entre os mais rentáveis, três são fundos fechados de ações (Pipe) da gestora São Pedro Capital Management. Os fundos Classe I Spc Orionz Pipe, Spc Orion Pipe e Spcfour Pipe têm retornos entre 50% e 60% no ano.
“Somos uma companhia de investimentos, temos cabeça de private equity, mas só compramos empresas listadas na bolsa, com um aporte concentrado e visão de longo prazo”, comenta Alexandre Dias, sócio fundador da São Pedro Capital, acrescentando que a São Pedro é um “investidor ativista” nas companhias. Na visão do gestor, a vantagem de investir em empresas que estão na bolsa, mesmo com cabeça de private equity, é uma relação risco-retorno melhor.
Nos fundos da São Pedro, 30% é capital proprietário e o restante vem de famílias Ultra High Net Worth (UHNW). Os fundos da gestores têm quatro cases prioritários – Enjoei, Positivo Tecnologia, Eletromídia e ClearSale. “Trabalhamos com horizonte de, na média, cinco anos e objetivo de entregar no longo prazo um retorno de duas a três vezes o investido”, comenta Dias.
Dos 20 fundos de investimento em ações de melhor rentabilidade, há 10 produtos monoativos, incluindo os Pipes, sete de investimento no exterior ou focados em BDRs, e dois fundos, ambos da Itaú Asset, que investem em criptoativos. Na lista, há apenas um fundo de setorial, o Mb FIA Instituições Financeiras, do Mercantil do Brasil, que tem na carteira papeis de Itaú, Banco do Brasil, Bradesco, Inter e do próprio Mercantil. Procurada pela reportagem, a asset não estava disponível para comentar.
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