O boletim Focus do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira (15), voltou a sinalizar um IPCA menor, agora estimado em 3,87% – redução de três pontos percentuais em relação à projeção da semana passada. Os economistas ouvidos pelo Banco Central para a elaboração do relatório também apostam em um dólar menor, a R$ 4,90 para o fim do ano. A queda vem na esteira do crescimento esperado para a balança comercial, agora previsto em US$ 75 bilhões, em comparação com os US$ 70,5 bilhões da semana passada. Para o PIB, a previsão de crescimento foi mantida em 1,59%. A Selic continuou em 9% para o fim do ano.
Confira abaixo os principais pontos do boletim e comentários de Rafael Antunes, sócio da Inove Investimentos, e Natasha Fernandes, especialista em investimentos da Ável.
Inflação
A previsão para a inflação apurada para o IPCA é de 3,87% para 2024 – variação ligeiramente inferior aos 3,90% projetados no boletim da semana passada e 0,06 pontos percentuais abaixo da expectativa de quatro semanas atrás.
Quanto às projeções para 2025 e 2026, não houve alteração, com variação do IPCA prevista em 3,50% para ambos os anos.
“A expectativa é que a inflação, pelo menos nos próximos seis ou sete meses fique controlada, em linha com a meta”, pontua Rafael Antunes.
Para Natasha Fernandes, a queda dos juros no mercado externo e as commodities são em parte responsáveis pela expectativa de inflação bem-comportada. No ano que vem, porém, o cenário pode mudar. “A meta para 2024 e 2025 é bastante desafiadora, tendo em vista a mudança do presidente do Banco Central este ano, o que deixa o mercado sempre apreensivo”, prospecta Rafael Antunes.
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Dólar e balança comercial
Os economistas preveem o dólar cotado a R$ 4,90 no fim de 2024 – queda em relação aos R$ 4,95 previstos no boletim do dia 8. O recuo é em parte resultado da expectativa de redução de juros nos Estados Unidos e consequentemente desvalorização prevista para a moeda norte-americana nos mercados globais.
“Hoje estamos passando por um período em que a expectativa do dólar mais baixo não é só em relação ao real, mas em relação a uma cesta de moedas, como resultado do discurso da FED [de sinalização de queda de juros]”, diz Antunes.
A balança comercial também tem influência na prevista redução do dólar. “Como o Brasil tem uma vantagem frente ao mundo em relação à produção global de alimentos e [commodities como] minério de ferro, há uma tendência dessa cotação perdurar nos próximos boletins, caso esse cenário ainda se mantenha”, acrescenta Natasha Fernandes
As projeções para 2025 apontam crescimento na balança comercial, estimada em US$ 68,5 bilhões, em comparação aos US$ 66,59 bilhões previstos no relatório anterior.
Dívida pública
A previsão do boletim Focus para a dívida pública se manteve em 64,25% do PIB. Para 2025, a projeção é de 66,55%, em comparação com 66,40% no relatório da semana passada. Já para 2026, a estimativa da dívida pública caiu de 69,50% para 69,20%.
PIB
O Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, projeta o relatório, deve crescer 1,59%, mesma variação apontada na semana passada, e 2% em 2025 e em 2026, também idêntico ao último relatório.
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